crime de mando

Kleber Malaquias: 'Ainda faltam os mandantes', diz delegado sobre júri

Parlamentar alerta que a justiça só será completa com a revelação dos responsáveis
Por Redação 19/02/2025 - 09:10
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Dulce Melo - MPAL
Momento em que sentenças são lidas para os quatro réus
Momento em que sentenças são lidas para os quatro réus

A condenação dos executores do assassinato de Kleber Malaquias nesta terça-feira, 18, pode representar um avanço na luta contra os crimes de mando em Alagoas, mas, para o deputado federal Delegado Fabio Costa, o caso ainda está longe de ser encerrado. 

Embora o parlamentar, um dos principais denunciantes do caso, tenha comemorado a decisão da Justiça, ele destacou que a identidade dos mandantes do crime continua encoberta.

“A Justiça foi feita, mas apenas em parte. Os executores foram condenados, mas os responsáveis pela ordem de matar Kléber Malaquias continuam protegidos pela influência e pelo poder. A população tem o direito de saber quem são os verdadeiros responsáveis por esse crime brutal e pelas tentativas de encobrir a verdade”, afirmou Fabio Costa nas redes sociais.

As condenações foram as seguintes:

— Edinaldo Estevão de Lima: 8 anos de reclusão em regime semiaberto. Como não existe regime semiaberto em Alagoas, ele poderá cumprir a pena em liberdade.

— José Mário de Lima Silva: 12 anos de reclusão, com 8 anos, 4 meses e 1 dia restantes a serem cumpridos em regime semiaberto, também autorizado a responder em liberdade.

— Fredson José dos Santos: 30 anos de reclusão em regime fechado.

— Marcelo José Souza da Silva: 24 anos de reclusão em regime fechado.

O assassinato de Malaquias, ocorrido em 2020, foi marcado por tentativas de interferência política desde o início das investigações. O empresário, conhecido por denunciar esquemas ilícitos, foi alvo de ameaças antes de ser assassinado. 

Para o deputado, punir apenas os executores do crime não é suficiente – é fundamental que se identifique quem deu a ordem. “Alagoas não pode se acostumar com a impunidade dos poderosos. Este julgamento foi um primeiro passo, mas a justiça só será completa quando os mandantes forem expostos e responsabilizados”, concluiu.


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