JÚRI
Serial killer: vítima adolescente foi morta na frente de criança de 3 anos
Dono da casa onde Ana Clara Santos tentou se proteger depôs nesta quinta
Durante o júri de Albino Santos de Lima, o "Serial Killer de Maceió", uma testemunha relatou que Ana Clara Santos Lima foi morta na frente de uma criança de três anos. O crime ocorreu em agosto de 2024, no Vergel do Lago. O julgamento acontece nesta quinta-feira, 31.
Dono da casa onde a vítima tentou se proteger, ele depôs e contou que dormia com a esposa quando ouviram tiros. Ana Clara entrou baleada e caiu na cama do casal. Segundo ele, Albino disparou um dos tiros diante do filho, que fez quatro anos e ficou traumatizado.
Piedade Wilma Melo dos Santos, mãe de Ana Clara, chorou durante o julgamento ao falar da filha. “Minha filha era minha companheira, era meu tudo, me ajudava em tudo. Eu trabalho como vendedora de café e bolo e eu só tinha ela”, declarou. Ela disse que Ana Clara não tinha envolvimento com drogas.
Piedade relatou ainda que Ana Clara tinha ido ao ginásio perto de casa e que, diferente dos outros dias, não ligou para a filha. “Meu coração estava apertado, achava que tinha alguma coisa errada. Quando cheguei, vi o SAMU e a polícia, perguntei se ela estava viva e o policial disse que não. Só consegui ver os pezinhos dela.”

Albino confessou o homicídio. A defesa pediu a impronúncia, alegando problemas psicológicos e inimputabilidade. A Justiça decidiu levar o réu a júri popular por homicídio triplamente qualificado: feminicídio, motivo torpe e recurso que impossibilitou defesa.
O acusado foi identificado após crime semelhante contra outra jovem, que tinha características parecidas às de Ana Clara. As investigações foram reunidas e levaram ao indiciamento. O julgamento é presidido pelo juiz Yulli Roter, no Fórum da Capital.
Outras condenações
Albino Santos foi condenado a 37 anos, um mês e 15 dias de prisão pelos crimes de homicídio duplamente qualificado e tentativa de homicídio no dia 11 de abril. Ele foi julgado pela morte do barbeiro Emerson Wagner e pela tentativa de matar R.V.S., amigo da vítima.
Em 6 de junho de 2025, ele voltou a ser condenado a 24 anos e seis meses de reclusão, em regime inicialmente fechado, pelo assassinato de Louise Gbyson Vieira de Melo.