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Veja a decisão na íntegra que encerrou contrato entre Globo e TV Gazeta

Renovação compulsória foi encerrada e nova afiliada deve atuar em Alagoas
Por Redação 26/09/2025 - 20:45
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Sede da TV Gazeta em Maceió
Sede da TV Gazeta em Maceió, afiliada de Fernando Collor, agora sem bandeira
Sede da TV Gazeta em Maceió, afiliada de Fernando Collor, agora sem bandeira

No último dia útil de seu mandato como presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), o ministro Luís Roberto Barroso acolheu o pedido da Globo e revogou hoje, sexta-feira, 26, a decisão que obrigava a emissora carioca a renovar contrato com a TV Gazeta, afiliada da emissora em Alagoas e pertencente ao ex-presidente Fernando Collor. A informação foi divulgada pelo blog do jornalista Carlos Madeiro, do Uol.

Clique aqui para ler a decisão na íntegra.

Barroso também permitiu que a Globo tenha uma nova afiliada em Alagoas: a TV Asa Branca, grupo que já transmite o sinal da emissora no agreste de Pernambuco e possui estrutura pronta desde 2023 para iniciar operações no estado.

A TV Gazeta ficará sem bandeira, mas continuará no ar com programação local e poderá buscar afiliação com outra emissora nacional.

A Globo tentava desde o final de 2023 encerrar uma parceria de 50 anos, mas a TV Gazeta conseguiu na Justiça alagoana uma liminar para prorrogação compulsória do contrato por cinco anos. A emissora carioca havia informado, dias antes dessa liminar, que não renovaria o contrato ao final de 2023. A decisão foi mantida pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ), levando a Globo a recorrer ao STF.

O argumento da Gazeta era de que a saída da Globo poderia levar à falência do grupo, que está em recuperação judicial desde 2019. Barroso destacou em sua decisão que a determinação do STJ "trouxe grave insegurança jurídica no setor de radiodifusão". 

O ministro ainda ressaltou que Fernando Collor e Luiz Duarte Amorim, executivo da TV Gazeta, foram condenados pelo STF por corrupção e lavagem de dinheiro, e que a estrutura da TV Gazeta foi utilizada para ocultar vantagens ilícitas. 

O procurador-geral da República, Paulo Gonet, também se manifestou a favor da Globo, afirmando que a renovação compulsória imposta pelo STJ gerava "grave risco de lesão à ordem pública". O Ministério das Comunicações igualmente apontou indícios de infração na concessão da TV Gazeta, já que pessoas condenadas com trânsito em julgado não podem exercer funções em emissoras com concessão pública.

O advogado da TV Gazeta, Carlos Gustavo Rodrigues de Matos, defendeu que a emissora foi surpreendida com o fim da parceria e que o contrato representa 100% da receita da TV Gazeta e 75% do grupo, composto por outras nove rádios.


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