Após mais de dez anos de espera por respostas e justiça, três policiais militares e uma ex-policial, que à época atuavam no Batalhão de Polícia de Radiopatrulha (BPRp), irão a júri popular pela morte do adolescente Davi da Silva, de 17 anos. O crime ocorreu em agosto de 2014, no conjunto Benedito Bentes, em Maceió. O julgamento está marcado para começar às 7h30 da próxima segunda-feira, 13, no Fórum Jairon Maia Fernandes, no bairro Barro Duro.
Na data do desaparecimento, 25 de agosto de 2014, quando a corporação comemorava o Dia do Soldado, a família de Davi iniciou uma busca desesperada pelo jovem. Segundo a única testemunha, ele havia sido abordado por uma guarnição do BPRp. Pouco tempo depois, essa testemunha foi encontrada morta. Em agosto de 2015, o Ministério Público de Alagoas (MPAL) denunciou os quatro militares pelos crimes de tortura, homicídio e ocultação de cadáver.
De acordo com a denúncia apresentada pela 59ª Promotoria de Justiça da Capital, todos os réus devem responder com a mesma responsabilização penal. O MP entende que, independentemente de quem tenha praticado as agressões ou dado cobertura, todos contribuíram para a tortura e morte de Davi e para a violência sofrida por um colega que estava com ele no momento da abordagem.
Os autos do processo apontam que as agressões começaram após a tentativa dos policiais de obter informações sobre um traficante conhecido como “Neguinho das Bicicletas”, que atuava no Conjunto Cidade Sorriso. Davi também teria sido agredido por portar uma pequena quantidade de maconha. Segundo o colega, a ex-policial iniciou as agressões, algemou o adolescente e o colocou no porta-malas da viatura, onde ele continuou a ser espancado, inclusive nos órgãos genitais.
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