O réu Albino Santos de Lima, conhecido como o “serial killer de Maceió”, foi condenado nesta sexta-feira, 30, a uma pena de 27 anos e um mês de reclusão pelo homicídio de Tâmara Vanessa da Silva e a tentativa de homicídio contra outras duas pessoas, crimes cometidos em junho de 2024, no bairro Vergel do Lago.

O julgamento aconteceu no Fórum da Capital, presidido pelo juiz Yulli Roter, titular da unidade judiciária. Albino Santos, que está preso preventivamente, responde por homicídio triplamente qualificado e dupla tentativa de homicídio.

De acordo com a denúncia do Ministério Público de Alagoas (MPAL), os crimes ocorreram na noite de 8 de junho de 2024, por volta das 23h, quando três pessoas retornavam para casa e foram surpreendidas por disparos de arma de fogo. Uma das vítimas conseguiu se esconder, outra ficou ferida e Tamara Vanessa foi morta no local.

 "Os senhores estão julgando hoje o maior assassino em série de Alagoas, um dos maiores do país. Eu disse a ele , no segundo julgamento, que não mais faria seus júris, pois não aguentava mais ver a sua cara. Mas, eis-me aqui. Os senhores estão diante de um psicopata e isso não significa que seja um doente mental, ele tem consciência dos seus atos, faltando apenas empatia, ele não se compadece do ser humano. No primeiro julgamento, ele tentou entrar numa conversa que agia porque ouvia vozes do além, do Arcanjo Miguel, e quer usar até hoje. Mas, vou mostrar aos senhores o que ele falou das vítimas desse júri" disse o promotor no caso Antônio Vilas Boas.

Este foi o quinto júri de Albino dos Santos Lima. O primeiro ocorreu em abril, o segundo em junho, o terceiro em julho e o quarto em setembro deste ano, todos resultando em condenações que somam 125 anos de prisão. Albino voltará ao banco dos réus na sexta-feira, 7 de novembro, quando será julgado pela morte de Beatriz Henrique da Silva e pela lesão corporal sofrida pelo filho da vítima.

Albino responde por homicídios nas 7ª, 8ª e 9ª Varas. O promotor que já atuou em outros julgamentos do serial killer, ressaltou a frieza e premeditação do réu que cometia os crimes e conseguia não ser visto, sendo apenas identificado por conta do crime de uma adolescente. O que desvendou os demais. "Tão sádico que matava a pessoa, noutro dia printava as reportagens sobre os casos. Ele, além de assassino, é um pervertido sexual", afirmou.

Segundo o MP, a linha de apuração se consolidou após a morte de outra jovem em circunstâncias semelhantes, o que levou à identificação de um possível padrão de atuação do acusado. Uma testemunha também reconheceu Albino como responsável pelo ataque.

A defesa do réu tentou sustentar que Albino sofre de insanidade mental e que o assassinato da Tâmara Vanessa não foi feminicídio. Os argumentos sobre problemas mentais já foram derrubados por exames específicos solicitado ao longo de outros processos.