Cultura
Beatriz Vilela lança livro que revela a marginalização dos cinemas de rua
Obra analisa o declínio das salas tradicionais e as mudanças culturais em Maceió
A escritora, cineclubista e doutoranda em Ciências Sociais Beatriz Vilela lançou, nesta quinta-feira, 7, durante a Bienal Internacional do Livro de Alagoas, o livro “Cinemas de Rua: Sociabilidades, Decadência e Moralidade em Maceió”, publicado pela editora Loitxa Lab. O evento aconteceu às 19h, na sala Pajuçara, integrando a programação oficial do Sesc Alagoas e do Mirante Cineclube.
A obra apresenta um olhar sociológico sobre a transformação e o fechamento das antigas salas de cinema de Maceió, como o Lux, o Ideal e o Plaza, que por décadas funcionaram como espaços de convivência, lazer e experiências coletivas de exibição.
Resultado de uma pesquisa desenvolvida durante o mestrado da autora, o livro revela como, a partir dos anos 1960, esses espaços — antes associados ao lazer familiar — foram gradualmente marginalizados diante das transformações urbanas, econômicas e culturais da cidade.
Segundo Vilela, a partir dos anos 1980, com a chegada dos cinemas em shoppings centers, houve uma mudança definitiva nos hábitos de consumo: o cinema de rua perdeu espaço para os grandes complexos de entretenimento, que passaram a integrar o ato de assistir a um filme com outras formas de consumo.
Sem políticas culturais que garantissem a modernização das salas independentes e diante da crescente elitização do acesso ao cinema, muitos espaços passaram a exibir produções consideradas “impróprias” pela moral pública, reforçando o estigma de decadência.
Mais do que uma análise sobre a arquitetura ou a economia desses locais, o livro propõe uma reflexão sobre as formas de sociabilidade e memória coletiva que se perderam com o fechamento das salas de bairro.
Após o lançamento, “Cinemas de Rua: Sociabilidades, Decadência e Moralidade em Maceió” estará disponível para compra no estande da Livraria Novo Jardim, na Bienal, e também na loja online da editora Loitxa Lab.



