ECONOMIA
3,5 milhões de pessoas saíram da pobreza no Brasil este ano, diz ministro
Aumento de empregos e incentivo de pequenos negócios são fatores do crescimento da renda familiar
De janeiro a julho deste ano 3,5 milhões de pessoas saíram da pobreza no Brasil. Segundo o ministro do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome, Wellington Dias, a criação de novos empregos e ações do governo para incentivar o empreendedorismo, como o Acredita no Primeiro Passo, foram fundamentais para o aumento da renda das famílias brasileiras.
Como reflexo, cerca de um milhão de domicílios deixarão de receber o benefício do Bolsa Família em julho. O tema foi tratado por Wellington Dias durante o programa Bom Dia, Ministro desta terça-feira, 22, transmitido pelo Canal Gov, da Empresa Brasil de Comunicação.
"O principal é como é que a gente dá a mão para essas pessoas para que possam se qualificar, para que possam estruturar um pequeno negócio e ali, através da renda de trabalho, como aconteceu com um milhão de famílias. Nós estamos falando aí de aproximadamente 3 milhões e meio de pessoas que saíram da pobreza esse ano de janeiro para cá. Na verdade já são quase 24 milhões de pessoas que desde o começo deste mandato, em 2023, superaram a pobreza. São pessoas que saíram do Bolsa Família a partir da renda”, afirmou o ministro
Cerca de 958 mil famílias deixaram de receber o benefício do Bolsa Família neste mês, seja por conseguirem um emprego estável ou melhorarem a condição financeira como empreendedores. A maior parte dos desligamentos ocorreu após cumprirem a Regra de Proteção: 536 mil famílias.
A regra prevê que famílias que tiverem um aumento da renda mensal acima de R$ 218 por pessoa sigam acompanhadas e recebendo benefícios. Para isso, esse aumento de renda não pode ultrapassar meio salário mínimo por indivíduo da família. Os beneficiários que ingressaram na Regra de Proteção passam a receber 50% do valor regular do Bolsa Família, por um período de até 24 meses.
Esse público ainda é protegido por outra medida: o Retorno Garantido. Ela é aplicada quando a família que ultrapassou o período de 24 meses na Regra de Proteção ou solicitou o desligamento voluntário do programa e volta à situação de pobreza. Nestes casos, os antigos beneficiários têm prioridade para voltar a receber o Bolsa Família.
Além das famílias que deixam o programa por atingirem o prazo máximo na Regra de Proteção, outros 385 mil domicílios ultrapassaram R$ 759, meio salário mínimo, de rendimento por pessoa em julho. Elas tiveram um aumento de renda maior que o limite da Regra de Proteção.
De acordo com o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), das 1,7 milhão de vagas com carteira assinada criadas no Brasil em 2024, 98,8% foram ocupadas por pessoas cadastradas no CadÚnico. Entre os contratados, 1,27 milhão (75,5%) eram beneficiários do Bolsa Família.
Segundo o ministro, uma das condicionalidades do Bolsa Família, que é manter as crianças na escola, tem qualificado as pessoas para conquistar um emprego.
“Tem que estar matriculado, estudando, frequentando a escola, e a aprovação. E todo ano, a gente tem a comemoração de milhares de pessoas que se formam no nível técnico, superior, às vezes até pós-graduação, e são do Bolsa Família, são do Cadastro Único. Ali abre portas para o emprego. Gente que se forma no nível técnico, técnico agrícola, técnico em administração, técnico na área de enfermagem, mas também os que se formam em nível superior, em jornalismo, em medicina, em engenharia”.
E à medida que ali abre a condição de trabalhar, ganha a condição de sair do Bolsa Família, e muitos indo para a classe média. A classe média brasileira está crescendo e boa parte é o público do Bolsa Família que está ascendendo”, explicou.