Caso Master

BRB diz que R$ 10 bilhões foram liquidados ou substituídos

Banco afirma que restante não representa exposição direta ao Master
Por Larissa Cristovão - Estagiária sob supervisão 21/11/2025 - 20:09
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Paulo H. Carvalho/Agência Brasília
Bancos foram alvos da Operação Compliance Zero
Bancos foram alvos da Operação Compliance Zero

O Banco de Brasília (BRB) informou, nesta sexta-feira, 21, que cerca de R$ 10 bilhões em operações relacionadas ao Banco Master “já foram liquidados ou substituídos”. Segundo a instituição, o valor restante, aproximadamente R$ 2 bilhões, “não constitui exposição direta ao Banco Master”.

A manifestação ocorre após a Operação Compliance Zero, deflagrada na última terça-feira, 18, que levou à prisão de Daniel Vorcaro, dono do Master, e ao afastamento do presidente do BRB, Paulo Henrique Costa. As investigações apontam suspeitas de fraude financeira que podem chegar a R$ 12 bilhões.

Em nota, o BRB afirmou que mantém a solidez financeira, mesmo diante das operações questionadas envolvendo cessão de carteiras. “Dos R$ 12,76 bilhões divulgados pela imprensa, e referentes à exposição bruta de carteiras com documentação fora do padrão exigido, mais de R$ 10 bilhões já foram liquidados ou substituídos, e o restante não constitui exposição direta ao Banco Master”, declarou.

O banco ainda ressaltou que todo o processo de substituição de carteiras e reforço de garantias “é previsto em contrato” e foi comunicado ao Banco Central.

A instituição destacou possuir mais de R$ 80 bilhões em ativos, mais de R$ 60 bilhões em carteiras de crédito e lucro líquido recorrente de R$ 518 milhões no primeiro semestre do ano. Para o BRB, esses indicadores demonstram sua “solidez” e capacidade de resposta em meio às investigações. O banco atende mais de 10 milhões de clientes em 97% do país e mantém 988 pontos físicos, além de liderança no crédito imobiliário do Distrito Federal, com 64% de market share.

No âmbito das investigações, a Polícia Federal cumpriu 25 mandados de busca e apreensão e sete de prisão na operação, que apura a emissão de títulos de crédito falsos por instituições do Sistema Financeiro Nacional.

Afastado do cargo, Paulo Henrique Costa afirmou, também em nota, que reconhece “a importância das investigações” e garantiu estar colaborando com as autoridades. “Tenho convicção de que sempre atuei na proteção e nos melhores interesses do BRB”, disse. “Retornei ao Brasil, vou colaborar pessoalmente com a investigação e fornecerei todas as informações necessárias para a completa elucidação dos fatos.”


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