Caçador de marajás

De Calheiros a Claudia Raia: saiba quem recusou participar de documentário

Ausências de figuras-chave obrigam Globoplay a recorrer a arquivos históricos
Por Redação 21/11/2025 - 05:59
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Divulgação/Globoplay
Série “Caçador de Marajás” relembra a trajetória de Fernando Collor de Mello
Série “Caçador de Marajás” relembra a trajetória de Fernando Collor de Mello

O documentário “Caçador de marajás”, do Globoplay, reacendeu o interesse nacional pela ascensão e queda de Fernando Collor de Mello, primeiro presidente eleito pelo voto direto após o regime militar. A produção, com direção de Charly Braun, reúne depoimentos de personagens centrais das décadas de 1980 e 1990, revisitando desde a campanha presidencial de 1989 até o processo de impeachment que encerrou o governo Collor. 

Mas o que mais chama atenção é a lista de figuras influentes que não quiseram — ou não puderam — conceder entrevista inédita para a série, obrigando os realizadores a recorrerem a arquivos e registros históricos. Entre as ausências, está Rosane Collor, ex-primeira-dama e protagonista de momentos marcantes do período. Ela aparece somente em vídeos antigos, inclusive em declarações polêmicas sobre rituais religiosos supostamente realizados na Casa da Dinda. 

Outra ausência significativa é a da atriz Claudia Raia, que, ao lado do então marido Alexandre Frota, foi estrela dos programas e peças publicitárias da campanha de Collor em 1989. Apesar do papel relevante, Raia não aceitou participar das novas gravações. Também não deu depoimento a ex-ministra da Fazenda Zélia Cardoso de Mello, responsável pelo controverso Plano Collor e uma das figuras mais visadas na crise econômica do período. 

Morando nos Estados Unidos desde os anos 1990, Zélia preferiu ficar de fora da narrativa atual. A série também recorre a imagens de arquivo para retratar Luiz Inácio Lula da Silva e sua filha Lurian, envolvidos diretamente na disputa eleitoral de 1989 — ambos não gravaram novos depoimentos. O senador Renan Calheiros, um dos principais articuladores da candidatura de Collor e depois seu crítico mais incisivo, igualmente não participou. 

A ruptura histórica entre ambos, acentuada pelas denúncias envolvendo PC Farias, é reconstruída apenas por meio de registros da época e entrevistas de terceiros. Outra ausência sentida é a do ex-ministro da Justiça Bernardo Cabral, figura respeitada do meio jurídico e protagonista de um dos escândalos mais comentados daquele governo, o romance com Zélia, que contribuiu para a queda de ambos. Aos 93 anos, Cabral não foi ouvido pela equipe.


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