Finanças

Brasil entra no top 5 de adoção cripto e mira salto institucional em 2025

O dado que muda a conversa: Brasil entre os cinco primeiros
Por Assessoria 23/09/2025 - 09:03
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O Brasil chegou ao 5º lugar mundial em adoção de criptoativos, de acordo com o Global Crypto Adoption Index 2025 da Chainalysis, ranking que considera o uso real por pessoas e empresas, tanto em corretoras quanto em protocolos descentralizados.

O país aparece após Índia e Estados Unidos e à frente de mercados importantes como Nigéria e Indonésia, estabelecendo-se como um dos ecossistemas mais ativos do mundo. A realidade já conhecida por aqui, com a digitalização acelerada, o Pix com volume recorde, e o uso disseminado de stablecoins para proteção cambial e transações internacionais.

O dado que muda a conversa: Brasil entre os cinco primeiros

O relatório anual da Chainalysis, divulgado em setembro, confirma a escalada brasileira. Do 10º para o 5º lugar em um ano. O índice combina indicadores de uso varejista e institucional, ajustados por poder de compra, para capturar adoção “de base” (grassroots) e profundidade do mercado.

O avanço repercurte, mostrando que o país já figura entre os que mais utilizam cripto no dia a dia, de pagamentos e remessas a investimento e gestão de caixa. Em termos regionais, a América Latina mantém uma participação cada vez maior na adoção.

Com o Brasil liderando a tendência pela combinação de tamanho de mercado, infraestrutura de pagamentos e regulação em implementação. A relevância prática desse ranking aparece quando cruzamos o dado com o que ocorre do lado de cá do balcão.

Em setembro de 2025, o Pix bateu 290 milhões de transações em um único dia, movimentando quase R$ 165 bilhões, um recorte que ilustra o apetite por pagamentos instantâneos e baratos e a normalização do ambiente digital nas finanças do brasileiro.

Da proteção cambial ao consumo digital: Por que a adoção explodiu

Os dados de 2024-2025 ajudam a entender o salto. De um lado, a procura por stablecoins cresceu para remessas e proteção cambial, com o Brasil registrando importações líquidas de cripto em forte alta em 2024, puxadas sobretudo por USDT e USDC.

Dados oficiais do Banco Central mostraram que as stablecoins já respondiam por cerca de 70% das transações cripto no país naquele ano, ganhando tração como ponte para dólares e como mecanismo de transferência internacional de baixo atrito. Em 2025, o tema entrou de vez na agenda regulatória por seus efeitos em fluxos de capital e supervisão.

Nesse ambiente de uso cotidiano, pagamentos, remessas e proteção, cresce também o interesse por ciclos de mercado e por ofertas de novos projetos. A pré venda de criptomoedas, sem dúvidas, também está no radar dos brasileiros. Como categoria, ganhou visibilidade em momentos de maior apetite por risco.

Em outras palavras, a própria maturidade da base digital brasileira criou público para novidades. Do outro lado, a infraestrutura doméstica faz a sua parte. O Pix se estabeleceu como padrão de pagamento, e segue evoluindo.

Em junho de 2025, o Pix Automático entrou no ar para pagamentos recorrentes (contas de luz, internet, assinaturas), com autorização única e débito automático. Um passo que aproxima ainda mais a rotina do brasileiro de experiências 100% digitais.

O Banco Central também anunciou o Pix Parcelado para 2025, mirando compras de maior valor com liquidação imediata ao recebedor, o que tende a competir com o parcelado no cartão e ampliar o uso de meios instantâneos no varejo.

O que já vale no Brasil: Lei, decreto e supervisão

A moldura legal brasileira avançou muito. A Lei 14.478/2022 estabeleceu diretrizes para serviços de ativos virtuais. Em junho de 2023, o Decreto 11.563/2023 definiu o Banco Central como autoridade responsável por autorizar e supervisionar prestadoras de serviços de ativos virtuais (VASPs).

Preservando, ainda, a competência da CVM quando um criptoativo se enquadra como valor mobiliário. Desde 2024, o BACEN detalha os próximos passos para a regulação infralegal, com consultas e fases de implementação. Para quem opera no Brasil, isso significa previsibilidade.


Com requisitos mínimos, segregação de contas, controles de prevenção à lavagem e governança compatíveis com o sistema financeiro nacional. No plano fiscal, permanece a obrigação de reportar operações com cripto à Receita Federal conforme a IN 1.888/2019 (e suas atualizações).

A Receita, inclusive, abriu consulta pública em novembro de 2024 para uma versão atualizada da declaração de criptoativos (DeCripto), indicando mais padronização e granularidade no envio de informações. Para o usuário, isso se traduz em rotinas mais claras de compliance.

2025 em diante: Tributação em debate e impacto para o investidor

Em junho de 2025, o governo editou a MP 1.303/2025, propondo nova sistemática de tributação de aplicações financeiras e ativos virtuais. O texto, ainda em análise no Congresso, discute, entre outros pontos, alíquota única de 17,5% via IRRF, alterações em isenções e regras de apuração, com vigência majoritária prevista para 1º de janeiro de 2026 se aprovado.

Audiências públicas no Senado e na Câmara vêm colhendo contribuições de mercado, e há críticas e sugestões de ajuste (previsibilidade, fases de implementação, tratamento de operações no exterior). O investidor terá que acompanhar a tramitação e planejar o impacto tributário antes do próximo ano-calendário.


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