AFUNDAMENTO DO SOLO
Caso Braskem: Tribunal da Holanda começa este mês julgamento da mineradora
Moradores afetados querem maiores indenizações por prejuízos causados pelo afundamento do soloEstá marcada para o dia 15 de fevereiro a “audiência de mérito” no Tribunal de Roterdã, na Holanda, do caso Braskem, empresa responsável pela mineração que causou o afundamento do solo em vários bairros de Maceió. Esta é a última sessão antes da sentença ser anunciada pelo tribunal, que deve ocorrer em agosto deste ano.
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A decisão avaliará os direitos das vítimas e deve incentivar milhares de afetados pela Braskem em Maceió a processarem a empresa pedindo “centenas de milhões de euros” em indenizações pelos danos, segundo avaliação dos advogados que atuam no processo na Holanda.
Os primeiros tremores e rachaduras de casas na região da mina 18 da Braskem foram registrados em 2018. A mineradora fechou acordo de R$ 1,7 bilhão com a prefeitura de Maceió. Nem todo mundo, porém, se sentiu devidamente ressarcido.
As vítimas argumentam que as compensações oferecidas pela Braskem no Brasil foram baixas. Por isso, uma opção seria buscar a justiça fora do país. Se a decisão for favorável às vítimas, todos os envolvidos poderão se credenciar para receber uma maior indenização.
Competência para julgar
Os autores do processo argumentam que levaram o caso para a Justiça da Holanda porque há três filiais da Braskem baseadas em seus escritórios europeus em Roterdã. Os magistrados do Tribunal Distrital de Roterdã consideraram que têm competência para admitir o caso, porque as filiais holandesas da Braskem estão ligadas à gigante petroquímica e que suas atividades estão “indissociavelmente conectadas”.
A Braskem informou que "a ação em curso na Holanda é individual e não coletiva e que está em fase inicial" e destacou que "a única decisão existente determinou que o processo continue para a fase de avaliação do mérito. A Braskem informa ainda que os autores dessa ação movida na Holanda já receberam proposta no âmbito do Programa de Compensação Financeira e Apoio à Realocação (PCF)."
"A Companhia, por meio de seus representantes, vem adotando as medidas processuais cabíveis e reafirma seu compromisso em não poupar esforços para garantir a segurança das pessoas. Essa é uma prioridade para a empresa e, por isso, continuará desenvolvendo seu trabalho, de forma diligente em Maceió".
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