O presidente da Câmara, Arthur Lira (PP), foi indicado por parlamentares como o responsável pelas decisões recentes do governo do PT, liderado por Lula, que, embora tenham atendido às demandas do centrão na Câmara, desencadearam descontentamento no Senado. As informações são da Folha de São Paulo. 

É creditado ao líder do centrão a reversão do governo em relação ao veto ao cronograma de pagamento das emendas parlamentares e os esforços para vetar o senador Renan Calheiros, aliado de Lula, mas adversário declarado de Lira, da relatoria da CPI da Braskem. O novo entendimento entre Lula e Lira foi firmado durante um encontro no Palácio da Alvorada, no último dia 9, onde o presidente da Câmara conquistou um canal direto de comunicação com Lula e a promessa de uma relação mais próxima com o Planalto, com a escolha do interlocutor.

Após um discurso contundente de Lira na retomada dos trabalhos legislativos, repleto de mensagens diretas ao Palácio do Planalto, no qual enfatizou a necessidade de o Executivo cumprir os acordos estabelecidos e reconhecer que a gestão do Orçamento não pertence exclusivamente ao Governo, houve uma aproximação entre as partes.

Na última quinta-feira (22), por exemplo, Lula recebeu Lira e diversos outros deputados federais em um encontro amistoso no Palácio da Alvorada, desfrutando de uma mesa farta com frios, vinho e uísque. Logo em seguida, Lira declarou que o presidente apoiará o candidato por ele indicado para sucedê-lo na presidência da Câmara em fevereiro de 2025.

Enquanto isso, membros do Senado indicam que o tratamento por lá não tem sido tão caloroso, apesar de Rodrigo Pacheco, presidente da Casa, ter mantido uma relação próxima com Lula desde as eleições. Por sua vez, Lira, que foi um dos principais suportes legislativos de Jair Bolsonaro e apoiou sua tentativa de reeleição, agora se movimenta em direção ao novo cenário político.