Silêncio estratégico

Bolsonaristas de Alagoas evitam comentar plano golpista e ataques ao STF

Parlamentares mantêm discrição diante das revelações de um complô para assassinar Lula
Por Redação 21/11/2024 - 09:37

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Agência Câmara
Deputados Alfredo Gaspar e Fábio Costa
Deputados Alfredo Gaspar e Fábio Costa

Assim como na omissão em relação ao ataque ao Supremo Tribunal Federal (STF) em 13 de novembro, parlamentares e apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) em Alagoas mantiveram-se em silêncio sobre as recentes revelações de um plano para assassinar o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), o vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB) e o ministro Alexandre de Moraes, do STF.

A trama golpista, revelada pela Polícia Federal (PF), envolvia militares, um policial federal e o general reformado Mário Fernandes, ex-assessor do deputado federal Eduardo Pazuello (PL-RJ) e secretário-executivo da Presidência durante o governo Bolsonaro. Segundo as investigações, o plano detalhado em um documento chamado "Planejamento - Punhal Verde e Amarelo" estava prestes a ser executado em 15 de dezembro de 2022.

O documento, que teria sido impresso dentro do Palácio do Planalto por Fernandes, descrevia recursos humanos e bélicos necessários para um golpe de Estado. A operação golpista previa ainda a criação de um "Gabinete Institucional de Gestão de Crise", formado pelos próprios conspiradores, para gerir os conflitos institucionais decorrentes do golpe.

Figuras públicas bolsonaristas como os deputados Alfredo Gaspar de Mendonça, Delegado Fábio Costa, o vereador Leonardo Dias e o deputado estadual Cabo Bebeto optaram pelo silêncio sobre o plano e também sobre o atentado ao STF. A ausência de declarações, segundo internautas, seria uma estratégia para aguardar orientações da equipe de Bolsonaro e alinhar a narrativa para seu público.

O atentado, realizado por Francisco Wanderley Luiz, ocorreu com explosões na Praça dos Três Poderes, próximas ao STF. Wanderley, que já foi candidato a vereador pelo PL em Rio do Sul (SC), teria se radicalizado, conforme relatos de seu irmão, Valdir Rogério Luiz. Ele chegou a visitar a Câmara dos Deputados horas antes do ataque, que teve motivações políticas.


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