Fernando Collor de Mello, ex-presidente do Brasil, foi preso na madrugada desta sexta-feira, 25, em Maceió, após decisão do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). A prisão do político, que foi o 32º presidente do país de 1990 a 1992, foi determinada em razão de sua condenação a oito anos e 11 meses de prisão por envolvimento em um esquema de corrupção e lavagem de dinheiro na BR Distribuidora, atual Vibra Energia.

O STF concluiu que Collor recebeu R$ 20 milhões entre 2010 e 2014 para intermediar contratos irregulares entre a BR Distribuidora, subsidiária da Petrobras, e a UTC Engenharia, responsável pela construção de bases de distribuição de combustíveis. De acordo com a decisão, o ex-presidente contou com a ajuda dos empresários Luís Pereira e Pedro Bergamaschi, também condenados.

A denúncia contra Collor foi apresentada pela Procuradoria-Geral da República (PGR) em agosto de 2015, no contexto da Lava Jato. Em 2023, o STF o condenou, mas a decisão foi passível de recursos, o que impediu sua prisão imediata. No entanto, em novembro do ano passado, o STF rejeitou os últimos recursos da defesa do ex-presidente, mantendo a sentença. A prisão foi determinada após Moraes rejeitar, na quinta-feira, 24, um novo recurso.

Collor, que renunciou ao cargo de presidente em 1992 durante um processo de impeachment, foi senador por Alagoas de 2007 a 2023. Além da prisão, o ex-presidente deve indenizar a União em R$ 20 milhões e pagar uma multa. Também está proibido de exercer cargos públicos por 17 anos e 8 meses, o dobro do tempo da sua pena. O STF, em sessão no plenário virtual, ainda decidirá se confirma ou revoga a decisão de Moraes, com o julgamento previsto para começar às 11h e terminar à meia-noite.