A Câmara dos Deputados aprovou, por unanimidade, a reforma do Imposto de Renda, que isenta do pagamento quem recebe até R$ 5 mil mensais a partir de 2026. A votação, considerada a maior vitória do governo Lula até agora, contou inclusive com o apoio de parlamentares bolsonaristas, consolidando um raro consenso no Congresso.

A ministra da articulação política, Gleisi Hoffmann, acompanhou a votação no plenário para garantir o resultado, comemorado com entusiasmo por deputados governistas. O próprio presidente Luiz Inácio Lula da Silva foi às redes sociais agradecer o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), e o relator Arthur Lira (PP-AL), peça-chave na condução do texto.

Além da isenção para rendas de até R$ 5 mil, a proposta cria alíquotas progressivas para salários de até R$ 7.350, tributa em 10% os chamados “super-ricos” com ganhos de até R$ 1,2 milhão ao ano e estabelece cobrança sobre lucros e dividendos distribuídos a pessoas físicas.

O projeto havia sido apresentado em março, mas só avançou após manobras políticas e negociações envolvendo a PEC da Blindagem e o pagamento de emendas. Com a aprovação, o texto segue agora para o Senado, onde o presidente da Casa, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), já foi acionado por Lula para priorizar a votação ainda neste mês.