A Caixa Econômica Federal divulgou, após determinação da Controladoria-Geral da União (CGU), a lista de assessores diretos do presidente do banco, Carlos Vieira. O documento revela a presença de pessoas com vínculos políticos, entre elas a ex-esposa de um ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), a filha de um deputado federal, o irmão do prefeito de Maceió, JHC, e o advogado do deputado Arthur Lira (PP-AL).

Entre os nomes está o de Maria Socorro Mendonça Carvalho Marques, ex-esposa do ministro Kassio Nunes Marques, nomeada em dezembro de 2023. Também figura na relação Mayara Santiago, filha do deputado Wilson Santiago (Republicanos-PB), contratada no mesmo mês. Outro assessor é João Antônio Holanda Caldas, irmão do prefeito de Maceió, João Henrique Caldas (PL), e filho da senadora Eudócia Caldas (PL-AL), nomeado em fevereiro de 2024.

O advogado Luiz Maurício Carvalho e Silva, que atua em processos de defesa do deputado Arthur Lira, foi nomeado em setembro de 2024. A Caixa justificou as contratações afirmando que os consultores têm perfil técnico e experiência em áreas relevantes para a alta gestão da instituição.

A relação foi disponibilizada em setembro, em resposta a um pedido feito pela Lei de Acesso à Informação (LAI) em maio. O banco havia resistido por mais de quatro meses à divulgação, sob o argumento de que a exposição dos nomes poderia representar risco à segurança dos assessores e à concorrência no mercado.

A CGU considerou as justificativas insuficientes, afirmando que a transparência é essencial para o controle social sobre o uso de cargos estratégicos em empresas públicas.

A lista inclui ao todo 15 assessores da presidência que não são servidores de carreira da Caixa. A instituição não informou os valores dos salários, mas funcionários ouvidos pela imprensa afirmaram que os consultores podem receber até R$ 40 mil por mês. As informações são da Folha de S.Paulo. 

Em nota, o banco declarou que a designação dos consultores segue “as normas internas e os ritos de governança, compliance e integridade”. Segundo a instituição, são adotados mecanismos rigorosos para prevenir conflitos de interesse e assegurar a conformidade com seus valores.

Carlos Vieira foi indicado à presidência da Caixa no fim de 2023, com apoio de Arthur Lira. Desde então, parte das nomeações tem contemplado nomes ligados a partidos do centrão, como PP, Republicanos e PL.