Diploma cassado
A decisão do Tribunal Regional Eleitoral de Alagoas (TRE/AL), na última terça-feira, 10, provocou forte repercussão no meio político. Por 4 votos, o tribunal cassou o diploma do ex-vereador João Catunda (PP), acusado de utilizar material de campanha financiado pelo Sindicato de Saúde do Município de Maceió (Sindsaúde), o que caracterizaria uso indevido de estrutura sindical. A medida anulou mais de 24 mil votos obtidos por Catunda e determinou a retotalização dos resultados das eleições de 2022, podendo alterar a distribuição das vagas federais de Alagoas.
Mandato mantido
Apesar dos rumores, o deputado federal Paulão (PT) não teve o mandato cassado, mas o julgamento trouxe desconforto e instabilidade para seu grupo político. O processo, movido pelo Republicanos, partido de Nivaldo Albuquerque, evidenciou a disputa por espaço entre as siglas e reacendeu questionamentos sobre a influência do petista no cenário estadual. A proximidade de Paulão com o caso, ainda que de forma indireta, manteve seu nome sob holofotes e alimentou especulações sobre possíveis desdobramentos.
Clima tenso
A decisão do TRE/AL, embora técnica, teve reflexos imediatos na política alagoana, ampliando o clima de desconfiança entre partidos e lideranças. O caso deve seguir para o Tribunal Superior Eleitoral (TSE), prolongando a incerteza e abrindo caminho para novas disputas internas. Enquanto isso, a retotalização dos votos se tornou um ponto de atenção em Brasília e em Alagoas, onde o episódio já é visto como um divisor de águas nas alianças políticas do Estado.
Exonerações polêmicas
A decisão do prefeito de Anadia, Paulo Victor Pereira Rocha, de exonerar cinco integrantes do primeiro escalão da administração municipal provocou forte repercussão política na cidade. Entre os nomes afastados estão o ex-prefeito José Celino Ribeiro de Lima e alguns de seus familiares, figuras conhecidas na gestão pública local. A medida, considerada inesperada por parte da população e de aliados, foi interpretada como um rompimento dentro do grupo político que há anos domina o cenário de Anadia.
Gesto de ingratidão
A filha do ex-prefeito, Karinne Rocha, foi uma das primeiras a se manifestar sobre o caso nas redes sociais. Em tom de desabafo, ela classificou a atitude de Paulo Victor Rocha como um gesto de ingratidão e deslealdade política, lembrando que os exonerados teriam sido fundamentais na construção da carreira do atual gestor. Karinne ainda insinuou que a publicação oficial sobre as demissões teria sido patrocinada pelo próprio prefeito, afirmando que o episódio demonstra falta de caráter e respeito. Suas declarações repercutiram amplamente entre moradores e apoiadores de ambos os lados.
Fim de um ciclo
Mesmo diante do rompimento político, Karinne garantiu que sua família continuará atuando em defesa do povo de Anadia. Segundo ela, o compromisso do grupo liderado por seu pai, Celino Ribeiro, sempre foi com o bem-estar da população, e não com status ou benefícios pessoais. Em suas palavras, o momento marca apenas o fim de um ciclo, e não da trajetória política da família, que pretende seguir de cabeça erguida, pronta para novos desafios e para continuar contribuindo com o desenvolvimento da cidade.
Recomendação do MP
O Ministério Público de Alagoas (MPAL) recomendou que a Prefeitura de Traipu, por meio da Secretaria Municipal de Educação, altere o nome da Escola Municipal Marcos Antônio dos Santos, localizada no Povoado Capivara. A orientação foi publicada no Diário Oficial do MPAL de ontem, quarta-feira, 12, e estabelece um prazo de 30 dias para que o município retire o nome de pessoa viva da unidade escolar. O pedido faz parte das ações de fiscalização do órgão voltadas à observância da legalidade e da ética na administração pública.
Fundamentação jurídica
A recomendação, registrada sob o número 7/2025 e assinada pelo promotor de Justiça Bruno de Souza Martins Baptista, se apoia na Lei Federal nº 6.454/1977, que veda a atribuição de nomes de pessoas vivas a bens e espaços públicos. O documento também destaca o princípio da impessoalidade, previsto no artigo 37 da Constituição Federal, que busca evitar favorecimentos e personalismos na gestão pública. Segundo o MPAL, a manutenção do nome atual da escola contraria esses princípios e fere os valores da moralidade administrativa.
Relatório detalhado
Além de alterar o nome da escola, o Ministério Público determinou que a Prefeitura de Traipu apresente, dentro do mesmo prazo, um relatório detalhado com todos os prédios, logradouros e equipamentos públicos do município que façam referência a pessoas ainda vivas. O levantamento servirá para garantir o cumprimento integral da legislação e reforçar a necessidade de transparência e impessoalidade nos atos do poder público municipal.
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