Paz de espírito e apreço pelo que é nosso
Texto de Ricardo Nogueira – Médico e Prof. da Ufal
Das riquezas, a maior. Constitui alicerce para toda e qualquer realização. Base emocional, fator decisivo para a autoconfiança.
Como obter a tão almejada PAZ DE ESPÍRITO? – Controlando nossas emoções. É de suma relevância saber quando e como falar. Geralmente, calar é das atitudes a de maior efeito. O silêncio pode ser mais eloquente que o discurso. Não sei e não vi cabem nas circunstâncias todas. O prudente morreu de velho e o desconfiado ainda é vivo. Essas são máximas provenientes da mais legítima sabedoria popular.
Graciliano Ramos recomendava: só fale quando suas palavras suplantarem o seu silêncio. Ferreira Gullar dissera: é melhor ser feliz do que ter razão. Discussões, polêmicas, dissipação inútil de energia, tudo isso já foi evitado pelos que puseram em prática essa reflexão do mestre maranhense.
Quantas doenças são prevenidas quando se opta pelo cultivo da paz interior! O organismo funciona pleno, já que livre dos prejudiciais hormônios liberados pelas situações de estresse. O que fizermos em benefício do corpo é precioso e bem-vindo. Todavia, devemos estar a braços com a concomitante higiene da mente. Afinal, somos a mente. O corpo físico apenas a hospeda enquanto cumprimos missão terrena, depois será devolvido à Terra. NOSSO ESPÍRITO, entretanto, permanece porque ETERNO.
Brasileiros, nordestinos, alagoanos em particular têm especial desprezo pelo que é nosso, por tudo que está próximo. Só costumam valorizar locais e personalidades distantes, inatingíveis de preferência. Neste Estado, elogios entusiásticos inexistem para quem quer que seja. Para o cultivo da paz interior carecemos de atitudes diametralmente opostas. Francisco Pontes de Miranda, Aurélio Buarque de Holanda, Nise da Silveira, Lily Lages, Jorge de Lima, Graciliano Ramos e tantos outros luminares só são conhecidos nacional e internacionalmente porque deixaram Alagoas.
Aqui Pontes de Miranda era chamado de Chico Doido da Rua da Lama, justamente quem depois viria a ser o maior jurisconsulto do Ocidente. Também interessado em matemática pura, porquanto se correspondia com Einstein. Aurélio Buarque, quando em Maceió, só possuía um fusca velho e uns rascunhos que viriam a ser o mais importante dicionário do país. Na atualidade temos um conterrâneo pleno de erudição, conhecedor profundo de música clássica. Seu repertório operístico? Extraordinário, inesgotável! É capaz de reconhecer um virtuose do piano apenas ouvindo-lhe a interpretação. Canta divinamente, pinta como um Renoir, serve-se primorosa e magistralmente da Língua Portuguesa. Suas construções vernaculares distinguem-se pela clareza e suprema elegância verbal. Trata-se de um docente da Universidade Federal de Alagoas que já prestou concurso para Professor Titular. Seu nome?
PROF. DR. JOSÉ EDUARDO ROLIM DE MOURA XAVIER DA SILVA.
Que tenhamos todos paz de espírito e saibamos nos valorizar em 2026.
PS.: Os colunistas fazem pausa para os leitores aproveitarem o verão e retornarão em fevereiro. Boas Festas e Feliz Ano Novo!
** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do EXTRA



