O que mudou em Alagoas?

O pequeno estado de Alagoas é vítima da ganância dos políticos e vive, no momento, a divisão de famílias no poder.

No Executivo, tivemos Renan Filho por oito anos. Fez um bom governo, construiu hospitais, escolas, estradas. Antes de sair para ser candidato ao Senado, deu um banho de asfalto em vários municípios. A maioria dos prefeitos apoiou o jovem dirigente, fazendo vencedora sua candidatura.

Assumiu o Governo de Alagoas um deputado estadual, filho de um político antigo: Paulo Dantas. Deve fazer uma administração semelhante à anterior, apoiou o Lula e será certamente ajudado pela gestão federal. Com poucas mudanças no secretariado, caminharemos por conhecidas estradas. Rezemos, amigos.

O Legislativo estadual é uma caixa de segredos. Foi eleita nova Mesa Diretora, fiel retrato da antiga. O atual presidente enxergou uma brecha na legislação e se reelegeu pela segunda ou terceira vez. Agora, por unanimidade.

A renovação para deputado estadual foi apenas de 1/3 e continua “tudo como antes no quartel de Abrantes”. O atual presidente conquista todos os parlamentares e faz o que quer na Assembleia Legislativa.

Com relação aos servidores ativos e inativos, aconteceu uma pequena melhora. Os salários são pagos em dia, as decisões judiciais são implantadas. Entretanto, as férias são pagas de modo errado e as promoções continuam dependendo do apadrinhamento. Os inativos permanecem com uma perna no Legislativo e outra no Alagoas Previdência. Ainda não entendi o que leva a Mesa Diretora a não verificar onde está o erro e tentar consertar a vida funcional dos velhinhos.

Antes de morrer, espero ter o prazer de mostrar para todos alagoanos: os aposentados da Casa de Tavares Bastos estão no Alagoas Previdência. Que não fique somente no sonho da “Velha Senhora”!

O Poder Judiciário precisa ser mais humanizado. Os idosos que são processados, não contam com o apoio dos senhores desembargadores. Um advogado disse para mim: “A senhora perdeu a ação porque a pessoa que a processou é muito importante”. Aí, eu raciocino: onde está o Estatuto do Idoso? Para que serve ter mais de oitenta anos? Acho que o Lula foi beneficiado para voltar ao poder e apoiar nosso lento Poder Judiciário. Para os pequenos, os rigores da lei; para os poderosos, a mão amiga da Justiça!

A relação entre os três Poderes no nosso estado é forte. Porque o Executivo e o Judiciário dependem do Legislativo para aprovar assuntos de interesse deles dois. E nós, pobres servidores ou sofredores estaduais, vamos levando cacetadas de ambos os lados.

Darei um exemplo bem simples: os servidores que entraram na Justiça por causa do redutor constitucional ganharam a ação. No entanto, o que saiu de seus salários durante cinco anos, nunca foi devolvido. Não adianta solicitar administrativamente. A solução nunca chega! É necessário recorrer à Justiça novamente e esperar vinte, trinta anos.

Acompanho o desempenho do prefeito JHC. Vejo algo de bom! Mas nas eleições passadas, para governador, “nadou, nadou e morreu na praia”. Tentou eleger o pai, que era inelegível. Arriscou levar o irmão, desconhecido, à Câmara Federal. Não conseguiu. No fim de tudo, caiu no conceito popular. Está trabalhando, tentando se recuperar.

Alagoas vive hoje entre dois políticos poderosos: Arthur Lyra e Renan Calheiros. Os dois apoiam Lula. Estamos observando a luta deles, esperando que se lembrem de nosso pequeno estado.

Só nos resta torcer: para que Paulo Dantas, cheio de processos, faça um bom governo; para que o jovem prefeito JHC cuide de Maceió; para que os senhores deputados, jovens e velhos, respeitem o eleitor e cumpram o que prometeram; para que os juízes e desembargadores fiquem mais humanos.

Antes que eu me esqueça: torço também para que o Lula faça um bom governo, falando menos e fazendo mais.
Sou fã de Alagoas! Sou fã do Brasil!