colunista

Alari Romariz

Alari Romariz atuou por vários anos no Sindicato dos Servidores da Assembleia Legislativa de Alagoas e ganhou notoriedade ao denunciar esquemas de corrupção na folha de pagamento da casa em 1986

Conteúdo Opinativo

Quem são os pais das crianças?

16/06/2024 - 06:00
Atualização: 14/06/2024 - 23:29

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Os servidores do Poder Legislativo do Estado de Alagoas são filiados a três entidades sindicais: o STPAL (Velho Sindicato), o Sindap (sindicato dos velhinhos) e a Assala (associação dos que “trabalham”). Todos labutam em benefício dos associados e enfrentam, para tanto, uma Mesa Diretora que já melhorou, mas falta muito para atingir o ponto ideal.

Por exemplo: as férias dos servidores deixaram de ser pagas por vários anos. No momento atual, são pagas de maneira errada, sem seguir a lei, gerando várias cobranças na Justiça. As aposentadorias são até divertidas. Dois servidores que recebem salários idênticos são aposentados de forma diferente. Em que se baseia a Mesa Diretora quando o companheiro vai para a inatividade, ninguém sabe.

Os reajustes são ridículos. O último, de cinco por cento, foi dividido em duas vezes. Não cobre as perdas, nem acompanha a inflação. Incomoda também quando os inativos precisam de fichas financeiras e funcionais para entrar na Justiça. Alguns doentes mandam parentes requisitar tais documentos. O desencontro é grande! “Vá ao Ipea”, dizem uns, “não temos nada aqui até 1984”. E nada é fornecido.

O Velho Sindicato vem desde 1989 lutando pela categoria. O processo mais antigo, hoje chamado de “precatórios”, é uma obra desta entidade. A URV também foi solicitada na Justiça pelo STPAL, ainda na minha gestão. Os oito por cento que deixaram de pagar aos inativos, também foram cobrados na Justiça pelo Velho Sindicato. Nestes trinta e poucos anos, nossos amigos sindicalistas ingressaram com processos na Justiça por várias vezes. Estouram agora, alguns resultados, junto das ações iniciais.

Na parte social, a entidade tem convênio com farmácia e posto de gasolina. Além de ter consultório odontológico, médico em sua sede, e acupuntura, ainda ajuda os companheiros com pequenos empréstimos concedidos a juros muito baixos.

O Sindap, que chamo carinhosamente de “Sindicato dos Velhinhos”, presta bons serviços aos inativos e pensionistas. O mais relevante deles foi conseguir, através de advogados, atualizar dezenas de pensões de companheiros e companheiras, que estavam congeladas.

A entidade consegue encaminhar os associados para aquisição de documentos, ou mesmo, a resolução de vários problemas junto à Mesa Diretora. Apesar de, atualmente, frequentar pouco o “Sindicato dos Velhinhos”, quando lá estou, vejo como é procurado e querido pelos idosos.

A outra entidade, a Assala, cujo maior objetivo é cuidar da assistência médica dos associados. O amigo que coordena a associação administra muito bem o plano de saúde, a Unimed. Depois da morte de nossa Copamedh, migramos para o atual plano. Acompanho o trabalho da Assala e vejo como nossos companheiros são bem assistidos. Além disso, o presidente da Assala tem um bom relacionamento com a Mesa Diretora e as outras entidades. Participa das reuniões importantes e consegue ajudar os associados de maiores necessidades.

Não vejo razão de saber, no momento da vitória, quem fez isso ou aquilo, isto é, quem entrou na Justiça, quem conseguiu o pagamento. O importante é saber que, depois de algum tempo, vamos recuperar algo perdido.

O ideal é que as três entidades fossem unidas para terem mais força na luta ferrenha contra a Mesa Diretora. O atual presidente do Legislativo é um moço sabido e conhece nossas falhas, fazendo de tudo para vencer nas disputas.

Não reconheço o pai das crianças nas três entidades. Gostaria de acreditar que cada uma tem um pedaço das vitórias.

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do EXTRA


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