Crime Contra o Idoso
A criatura trabalha durante muitos anos no Poder Legislativo de Alagoas. Pela lei, ela já pode aposentar-se. Requer sua aposentadoria e depois dos trâmites legais, seu título é publicado no Diário Oficial.
Pensa, então, a idosa, que vai descansar, receber seus proventos e que ninguém modificará sua vida profissional. Ledo engano! Mecanismos estranhos aparecem e a inativa precisa ir à Justiça para recuperar seus direitos.
Uma luta árdua! Contratar um advogado, procurar velhos documentos, comprovar que foi vítima de algo errado. Entra com o processo e espera anos pelo resultado. Sai vitoriosa, recupera seus direitos. Mas os valores que perdeu, para serem recuperados, precisam fazer parte de outra ação judicial. E começa tudo novamente.
Sem querer prejudicar alguns companheiros, a idosa conversa com diretores, explica o caso e tenta resolver tudo amigavelmente. Os diretores entendem que erraram e corrigem o salário. Em dois anos e cinco meses cortaram os proventos da velhinha e não querem devolver o que dela tiraram.
Insistindo pela resolução do caso sem tanta demora, a pobre velha serve de gozação para o diretor que, na vista de sua filha, afirma: “Mandei seu processo para o procurador; ele vai investigar seu salário”. E ri ironicamente!
A idosa saiu do local irritada, com pressão alta e dor de cabeça. O processo está nas mãos do tal procurador há mais de quinze dias. Ele não quer identificar, mostrar o erro assumido e corrigido pelo diretor de Pessoal. Quer ocultá-lo. Quer investigar os proventos de uma inativa, que já se aposentou desde o início de 2000 seguindo os trâmites legais.
Ações na Justiça já foram impetradas pela “Velhinha das Alagoas”, sempre vitoriosas. A Justiça é lenta, sabemos, mas não é burra!
O Poder Legislativo funciona segundo a determinação da Mesa Diretora. Vou contar a vocês uma bela história: as fichas funcionais dos inativos da Casa de Tavares Bastos nunca foram para o AL Previdência. Algumas, dos antigos, desde o tempo do Ipaseal estão por lá. Mas, nos últimos anos, as dos novos aposentados continuam no Departamento de Pessoal da Assembleia. Por que? É um mistério. Assunto para um novo artigo.
Outro fato grave que ocorre em nossa querida Casa: incorporações indevidas são acrescentadas nas aposentadorias de alguns apadrinhados, ao arrepio da lei. Será que o procurador sabe disso? O diretor de Pessoal confirma? Por qual motivo perseguir uma idosa aposentada corretamente?
Gostaria de saber que crime é esse? Perseguir uma inativa, cortar seu salário e não devolver o que dela foi retirado durante dois anos e cinco meses. Apropriação indébita? Quem são os culpados? De onde vieram? Vão ser punidos? Se assinaram documentos ilegais são coniventes com o crime?
Virou distração perseguir idosos, proteger apadrinhados, encaminhar as vítimas deles para a Justiça.
Uma senhora aposentada de 84 anos, se entrar hoje na Justiça, vai receber a resposta no cemitério. Se o corpo for cremado, nem recebe.
O Estatuto do Idoso não é respeitado pelo Poder Legislativo. A Mesa Diretora determina que as vítimas judicializem seus pleitos, pois sabe que é longa a espera.
Os prejudicados pelos poderosos só podem chorar, perder noites de sono e o que é pior: perder o salário!
** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do EXTRA