Amigos do coração
Estivemos em Fortaleza no período de 4 a 11 de fevereiro. Reencontramos amigos queridos desde 1956, isto é, quase setenta anos. Foi uma delícia! Um almoço no Círculo Militar. Tudo organizado pela Ana Maria do Adyr. Nesse dia, revimos amigos queridos de tantos e tantos anos. Agradecemos a Deus pelo encontro, participamos de bingos e brincadeiras. A emoção foi tão grande que a pressão de meu marido subiu. Coisas da velhice!
Na ocasião apareceu um general entre tantos coronéis. Era o Cristiano, sobrinho querido, que conheci pequenino. Acompanhado de sua Aline, falou aos companheiros sobre a tranquilidade que reina atualmente no Exército Brasileiro. Contamos sempre com o apoio de Leitão e Esmeralda, que nos acolheram em sua casa durante vários dias. Ele e Rubião não conseguiram parar de conversar. As lembranças eram muitas e a amizade maior ainda.
Outro casal que nos recebeu foi o Hélio e Maria Dulce, para um lanche no começo da noite. Outra amizade forte e longa desde os tempos da Escola Preparatória. Hoje, já todos idosos, riem demais com as histórias antigas.
Para finalizar a programação, no domingo, 9 de fevereiro, Valdir e Míria fizeram um churrasco em sua bela casa num bonito condomínio. Reuniram todos os amigos para um dia agradável. Quanto papo, gargalhadas, recordações. Os oitentões se divertiram com fatos passados. Depois das cinco da tarde, com o gosto de quero mais, nos despedimos. Ao casal amigo, nossos agradecimentos.
Finalmente, no dia 10, jantamos com Leitão, Esmeralda, Daniela e Leonardo, num lugar agradável e calmo, onde podemos conversar e recordar os velhos tempos. São coisas que o vento não leva, nem o tempo apaga. Amizades fortes e sólidas!
Convivi durante longos anos de minha vida com os amigos do Exército Brasileiro. Todos os colegas, esposas e filhos viram irmãos de coração. Vejo, emocionada, um coronel ou um general chamando-me de tia. É aquele menino que brincava com meus filhos nas Vilas Militares. Temos um exemplo maravilhoso: na doença de meu filho João apareceu um anjo da guarda; era o general Danilo, filho do coronel Leitão. Gratidão eterna!
Nas lutas por promoção, nunca vi um colega falar mal do outro. As disputas eram internas. Nas mudanças, quando não havia casa para todos, um hospedava o outro. E assim, as amizades perduraram por muitos anos.
Na nossa Assembleia Legislativa, o sistema é outro: há companheiros que bajulam os deputados, há alguns que falam mal de colegas até no leito de morte. Já vi gente chamando os sindicalistas de ladrões. Não existe o companheirismo que reina entre os militares. É cada um por si, Deus por nós todos.
Eu tive muita sorte de ter grandes amigos no Legislativo. Sempre que alguém precisa de minha ajuda, recorro aos colegas que têm condição de serem úteis. É a lei da reciprocidade.
Sem querer comparar as duas entidades, creio que o problema de nossa Casa é o protecionismo. Se tudo andasse de acordo com a lei, não haveria necessidade de bajular deputados. Já tive vários problemas com os dirigentes por lutar por práticas legais.
Voltando à nossa viagem ao Ceará, agradeço de coração aos amigos: Leitão e Esmeralda, Ana e Adyr, Valdir e Míria, Hélio e Maria Dulce, Roberto Sampaio e Gláucia, Diógenes e Auxiliadora, Lameirão e Carmélia, Cristiano e Aline, Barbosa, Penha, Hyla, Lindomar e Kalliopi. Ao Ceará, terra boa e acolhedora, nossos agradecimentos. Ficaremos com boas lembranças. É um bonito pedaço do Nordeste!
Não posso esquecer dos mais jovens: Daniela, Ana Raquel, Ana Clara, Afonso, Frederico e Ricardo. São nossos cuidadores. Deus existe. Não duvidem!
** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do EXTRA