Seja o que Deus quiser
Existe um ser maior que todos nós! Ele acompanha nossas vidas! Acordamos todos os dias e não sabemos o que vai acontecer. Ele controla os cordões que nos regem!
Alguém já imaginou o que é perder um ente querido? Se dependesse de nossa vontade, passaríamos por tamanha dor? Fazemos mil planos, procuramos programar nossas vidas, entretanto, nem sempre tudo sai conforme o planejado. O Homem lá de cima mostra a força que tem. E tudo muda misteriosamente. Aceitamos os desígnios Dele e vamos continuando nosso período na terra.
Depois de velha, entendi que nem sempre o pedido feito a Nosso Senhor é o importante para nós. Ficamos tristes por não sermos atendidos. Anos depois, compreendemos que não era o momento certo para recebermos a graça solicitada. Já aconteceu comigo muitas vezes!
Interessante é analisar o célebre jogo entre poder e dinheiro. Acontece muito entre políticos. Quando as criaturas se elegem deputado, senador ou outra qualquer coisa, muda completamente. A vaidade sobe à cabeça, esconde-se das pessoas, vira um semideus. É só tentar falar com um desses gigantes. Aquele que pediu o voto não conhece mais o eleitor. As respostas são ridículas: ‘Ele não está!’ Ou então: ‘Encontra-se em reunião!’ E pronto!
Andava pelas ruas de Maceió um funcionário público, com uma pequena pasta debaixo do braço. Simples, falava com todos. De repente, foi eleito deputado estadual, virou presidente da Assembleia Legislativa. Ficou vaidoso, querendo crescer sempre mais. Outro político dizia: “Onde ele pisa, a grama não nasce!” O moço perdeu uma eleição e sumiu do mapa. Lição de Deus!
Em todas as profissões existem casos de mudanças de hábito. A pessoa é simples, simpática, agradável. De repente, cresce e muda o temperamento. Contudo, conheci um advogado que chegou a ser um homem importante e nunca ficou vaidoso. Ainda hoje, ele e eu com oitenta mais, se o procurar, atende com gentileza. Caso raro!
A idade avançada mexe com nossa paciência. Temos lidado com vários médicos, pois as doenças são muitas. Temos sorte com a maioria, mas aqui, acolá, há um mal entendido. Já fomos vítimas de dois médicos: um em Paripueira e outro em Maceió. Acho que o diploma sobe à cabeça e eles pensam que podem tudo. Deus está vendo!
Repentinamente, o idoso percebe que um neto e uma neta não estão bem. O sonho almejado não aconteceu. Por mais que o pobre velho pergunte, todos respondem: “É impressão sua, ele e ela estão bem”. Um dia, entretanto, tudo aparece e o velho tinha razão. “Vamos tentar outra vez”, diz o avô sabido!
Tive um amigo deputado federal que trabalhava dia e noite. Respirava política 24 horas. Levou o primeiro susto e foi bater no hospital. Disse a ele: ‘O Homem lá de cima está puxando os cordões, avisando para você ter cuidado’. Não ouviu o aviso. Vivia nas estradas pela madrugada. Sofreu um acidente de carro e morreu.
Aprendi com meu velho pai a dar valor aos sonhos. Em certas ocasiões durmo e vejo algo que me preocupa. Na escola, um velho mestre me ensinou ser o sonho “um medo ou um desejo reprimido”. Mas vejo com coisas que acontecem. Por exemplo: um acidente ou uma morte.
Hoje, com oitenta e quatro anos, lutando pelo que acredito, pedindo sempre a ajuda de Deus para amigos e parentes, não entendo os mistérios da vida. Se procuramos agir corretamente, por que passamos por alguns sofrimentos? Por que lidamos com pessoas que nos ofendem e se afastam de nós? Por que vemos parentes e amigos morrerem tão cedo? Por que acordamos e não sabemos o que acontecerá conosco?
São tantos os mistérios da vida, são tantos acontecimentos que não entendemos, são tantos inimigos gratuitos, que só nos resta uma solução: entregar tudo nas mãos de Deus. Seja o que Ele quiser!
** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do EXTRA