colunista

Alari Romariz

Atuou por vários anos no Sindicato dos Servidores da Assembleia Legislativa e ganhou notoriedade ao denunciar esquemas de corrupção na folha de pagamento da casa em 1986

Conteúdo Opinativo

A opinião da velhinha

31/05/2025 - 06:00
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O Brasil de hoje assusta qualquer criatura. O atual presidente fala na internet sobre assuntos desencontrados. Recentemente, disse abertamente: “Já avisei às Forças Armadas, quem quiser ser candidato a qualquer cargo político, tire a farda e vire civil”. Que grosseria!

Desde que esse moço se elegeu, demonstra que não gosta dos militares. Faz o possível para implicar com os homens de farda. Concede reajustes ínfimos, altera as leis que os regem, limita a verba destinada às Forças Armadas.

O plano de saúde do Exército está definhando. As verbas chegam subtraídas e nem sempre os usuários conseguem consultas ou exames. Uma solicitação demora quase sessenta dias. Virou um Sistema Único de Saúde. O sofrimento dos doentes dependentes do Fusex é horrível.

Vendo a TV, a velhinha se assusta com o escândalo do INSS. Desde 2019 os idosos vêm sendo roubados. O atual governo culpa o antecessor, mas faz três anos que temos um novo presidente e nada foi feito.

Tenho um exemplo em casa: uma criatura que trabalha comigo há vinte e sete anos, aposentou-se pelo INSS. A partir do dia de sua aposentadoria, o telefone não parava; era alguém oferecendo empréstimo, pedindo seus dados. Até a advogada que patrocinou a causa propôs que ela pedisse dinheiro financiado para pagar-lhe. Ela não quis e quitou os honorários devidos parceladamente. Por ter tomado tal atitude, livrou-se de ser roubada.

A gripe aviária assustou o país inteiro. O governo reagiu, os empresários foram prejudicados, as exportações caíram e o prejuízo foi grande.

Um golpe de Estado que não aconteceu abalou o país todo. Estão sendo incriminadas centenas de pessoas, mas o alvo é o ex-presidente Bolsonaro. Os militares acusados estão sendo processados pelo Supremo Tribunal Federal, quando, na verdade, há um Superior Tribunal Militar. O relator de todos os processos, repito de um golpe que não existiu, é um só ministro. E ninguém diz nada!

A velhinha, idosa, porém lúcida, entende que tanta confusão tem no voto impresso a principal causa. Em 2022 os ministros não aceitaram tal ideia. Os militares a defendiam. E não chegaram a um acordo. Resultado: houve urnas na Bahia em que um candidato teve cem por cento dos votos. Impossível!

E os desencontros se sucedem. No momento, o Executivo e o Congresso Nacional não se entendem. O presidente quer modificar a lei do Imposto de Renda. Senadores e deputados não aprovam. Aí, o presidente passa mal, “dá um chilique”, vai para o hospital, faz exames e fica em repouso no palácio, sem nada conseguir.

Ainda existe algo no governo que funciona. Um bom exemplo é o Enem. Os estudantes ainda acreditam nele. Queira Deus que não mude!

Vi, também na internet, que até os congressistas estão reclamando das despesas do atual presidente. São viagens com comitivas enormes, hospedados em hotéis caríssimos. Enquanto isso os cortes vêm nos salários dos servidores públicos, nas propostas de aumento dos impostos. O presidente da Câmara diz em rede nacional: “O Brasil não precisa de mais impostos”.

A inflação está chegando com toda força a níveis insuportáveis. A feira semanal, em qualquer supermercado, a cada semana fica mais cara. Não sei como os mais pobres estão sobrevivendo.

Estudar em colégios particulares é sonho de pais que podem pagar com sacrifício. O ensino público não é dos melhores. A educação no Brasil vai mal.

Então, a velhinha se apavora. O que fazer para viver num país cheio de altos e baixos, se as autoridades estão inclinadas para um lado só?

Deus na causa!

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do EXTRA


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