colunista

Elias Fragoso

Economista, foi prof. da UFAL, Católica/BSB, Cesmac, Araguaia/GYN e Secret. de Finanças, Planej. Urbano/MCZ e Planej. do M. da. Agricultura/DF e, organizador do livro Rasgando a Cortina de Silêncios.

Conteúdo Opinativo

O País com a faca no pescoço

25/07/2021 - 07:48
Atualização: 25/07/2021 - 07:52

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O atual presidente, Jair Bolsonaro, e o ex-presidente Lula
O atual presidente, Jair Bolsonaro, e o ex-presidente Lula

A proximidade das eleições presidenciais de 2022 está remetendo o país à intranquilidade de 2018, ao reeditar o antagonismo entre o petismo de resultados que quebrou o país; o governo Bolsonaro, beneficiário direto da dicotomia eleitoral de 4 anos atrás, que ora faz água por todos os lados; e a caserna (dividida entre radicais e a maioria de moderados, que, no entanto, concordam numa coisa: a intensa rejeição a Lula como eventual candidato à presidência da república, embora o discurso para consumo externo seja de “neutralidade”).

Lula e asseclas de partidos aliados, notórios assaltantes de dinheiros públicos e da mais deslavada corrupção jamais experimentada no Brasil em sua história republicana vive a expectativa de assumir novamente o poder no Brasil após as eleições de 2022 (ainda não acharam um jeito de por o candidato na rua sem o risco dele ser escorraçado...).

O que somente foi possível com a infame decisão do Supremo de liberar o delinquente petista de suas condenações - no plural, mesmo – em todas as instâncias da justiça brasileira. Em 2018, a mesma investida somente foi “sustada” após nota do então ministro do exército Eduardo Villas Boas que assegurou que a armada compartilhava “o (mesmo) anseio de repúdio à impunidade e de respeito à Constituição, à paz social e à democracia” de "todos os cidadãos de bem" do país. Resultado: Lula não foi liberado pelo Supremo e fim da sua candidatura naquele ano.

Do lado da caserna, o sentimento é o de que a esquerda “não vai conseguir fazer Lula subir a rampa do palácio do planalto de qualquer jeito”, conforme alta fonte militar citada pela jornalista Thaís Oyama, colunista do UOL na última quinta feira. Uma forte sinalização...

Já Bolsonaro e asseclas – desesperados com a perspectiva de derrota em 2022 – tentam de tudo para “melar” as eleições, de um lado ampliando sua aliança com o Centrão, e de outro, ameaçando uma ruptura institucional se seu desejo de voto impresso não for aprovado pelo Congresso, sem que as autoridades nada façam para contê-lo em sua escalada golpista.

A última dessas ameaças veio do Bolsonarista ministro da defesa que enviou “recado” ao presidente da Câmara dos Deputados “informando” que só haverá eleições em 2022 se tiver o voto impresso. Ambos, Braga e Lira, negam a existência do “recado”, mas o Estadão, jornal que apurou a noticia mantém a informação. Fico com o jornal. O ministro mexeu em casa de maribondo sem estar paramentado para tal.

O resultado palpável de sua intromissão indevida em assuntos políticos foi arrastar de forma impensada os militares para o centro da crise política, acelerar a articulação de alas do Congresso e do judiciário no sentido de limitar a interferência de militares nas decisões políticas do país e, de “cortar as asas” golpistas do presidente da república, e ainda, quase certamente, inviabilizar definitivamente qualquer veleidade de aprovação do voto impresso pelo Congresso.

Aproveitando a confusão, o Centrão avança célere e “coloniza” os principais cargos do governo “expulsando” os militares que estavam ocupando-os e, ampliando seu poder no loteamento dos cargos nos órgãos públicos de maior orçamento. E a ordem é sugar tudo que for possível, antes do presidente ser derrotado nas urnas.

Nessa altura do campeonato o único perdedor é Bolsonaro que entregou dedos e anéis ao Centrão, perdeu os cargos centrais do governo para aquele conglomerado de partidos e, com seus arreganhos golpistas vê se reduzir a cada dia seus votos e demais, ampliando sua fragilidade e definhamento político.

Se antes era ruim com Bolsonaro, agora com o Centrão a coisa ficou e vai piorar ainda mais. O Brasil está sendo governado por uma aliança entre a “alta nata de tudo que não presta neste país e um fascista”. Era assim que os “novos sócios” deste governo (Bolsonaro e Ciro Nogueira) assim se intitulavam.

Como vocês acham que isso vai acabar? Um doce para quem acertar...

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do EXTRA


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