PQP
A história da COVID-19 no Brasil é o retrato dramático do que são os governantes deste país. Sem tirar nem por. A COVID-19 Brasil continua matando mais de mil pessoas por dia e avança para alcançar 600 mil óbitos, a maioria evitáveis, mas a turma está brigando para ver quem libera tudo mais rápido que o outro. O preço disso vai sair caro.
Há 16 meses vivem os com números acintosa e criminosamente brutais de mortes em decorrência da pandemia. Responsabilidade direta da sicária atuação do governo federal que lutou “bravamente” para o país não ter vacinas, para a população ir para a rua e se contaminar e logo adquirir a famigerada imunidade de rebanho, além de infligir ao brasileiro um tal de tratamento precoce com drogas inócuas contra a doença.
Vivenciamos por aqui o negacionismo da ciência na mais pura acepção da palavra e, “experiências” (sic) dignas de um governo Hitlerista. Mas não foi apenas o governo Bolsonaro o responsável pela chacina que estamos vivendo.
A corrupção descomunal associada à incompetência jumental de Estados e Municípios para lidar adequadamente no manejo de suas populações e do setor produtivo durante a pandemia, culminou em controles meia boca que nem ajudaram a resolver os ingentes problemas das empresas, expuseram de forma vexaminosa a população ao vírus e nos colocou na triste estatística de país mais atingido pelo Coronavírus em todo o mundo, atrás apenas dos EUA do malfadado Trump, ídolo do presidente Brasileiro.
Nos 16 meses de pandemia no país, os índices de controle pandêmico jamais chegaram sequer razoavelmente próximos à performance dos países desenvolvidos que, logo após o pico da pandemia em março/abril de 2020, em meados daquele ano, exibiam números ínfimos relativos à primeira onda que se abateu sobre eles.
Por aqui, nossa curva pandêmica da primeira onda se estabilizou por meses seguidos na faixa de mais de mil mortes diárias. E quando tardiamente iniciou sua fase descendente, mudou de patamar para horríveis 350 mortes/dia, e lá ficou até o advento da segunda onde quando chegamos a números trágicos, alcançando estratosféricos 4 mil óbitos diários.
Só com o avanço da vacinação (depois de quase obrigado, o governo federal mexeu-se e começou a adquirir, tardia e insuficientemente, as vacinas) os números começaram a arrefecer. Mas ainda se encontram em altíssimos e inaceitáveis patamares de mais de mil mortes/dia.
Estão sendo tempos de muita, muita, angústia para todos. Especialmente para as mais de 555 mil famílias alcançadas pela morte de seus entes queridos; os mais simples, que foram desempregados e formam hoje um exército de 33 milhões de pessoas famélicas, desesperadas; e os mais de um milhão de empresários de todos os portes que tiveram que fechar as portas de seus negócios de forma definitiva.
O Brasil tem atualmente pouco mais de 102 milhões de pessoas vacinadas com a primeira dose, aproximando-nos dos 50% da população. Outros quase 40 milhões de pessoas já tomaram as duas doses (19% da população).
Significa dizer que estamos ainda muito distantes para que os governos irresponsavelmente, competindo uns com os outros, estejam liberando tudo. Vamos ter problemas logo, logo. Especialmente por que o avanço da variante Delta certamente vai provocar estragos entre os ainda não vacinados parcial ou totalmente.
Os exemplos dos países desenvolvidos estão aí. A grande maioria já tomaram decisões de fechamento das empresas e de manutenção das pessoas em casa. Até os recalcitrantes americanos adotaram a volta das máscaras, que tinha sido totalmente liberada a ´pouco tempo naquelas paragens.
Com o vírus continuando a matar mais de mil pessoas todos os dias, as “otoridades” deste país e dos Estados não podem – novamente – colocar em risco a população com esse liberou geral que estamos assistindo. Vai dar merda.
PQP!
** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do EXTRA