colunista

Elias Fragoso

Economista, foi prof. da UFAL, Católica/BSB, Cesmac, Araguaia/GYN e Secret. de Finanças, Planej. Urbano/MCZ e Planej. do M. da. Agricultura/DF e, organizador do livro Rasgando a Cortina de Silêncios.

Conteúdo Opinativo

Chega!

30/08/2021 - 15:28

ACESSIBILIDADE


Era uma vez um país bonito por natureza (Jorge Bem Jor), onde tudo que se planta dá (Pero Vaz Caminha), inzoneiro por essência (Ary Barroso), um país tropical, abençoado por Deus (Jorge Bem Jor). Mas quem foi que disse que Deus é brasileiro? (Biquini Cavadão).

Não estaríamos mais para “nas favelas, no Senado, sujeira pra todo lado... (Legião Urbana), ou mais ainda pra “Se gritar pega ladrão, não fica um meu irmão? (Moreira da Silva). Tudo, “Enquanto os homens exercem seus podres poderes (Caetano). Desgastante, não? Muitos pensam e agem: “Vamos fugir, baby, deste lugar, tô cansado de esperar” (Gil).

Mas é preciso ficar, enfrentar o desvario: “Desesperar jamais! Aprendemos muito nesses anos, afinal de contas não tem cabimento, entregar o jogo no primeiro tempo” (Ivan Lins), “afasta de mim esse cálice” (Chico Buarque), pois “quem semeia vento, diz a razão, é que deve colher tempestade” (Tom Jobim). E não nós. Embora tenha sido assim quase sempre.

“Chega de tentar dissimular, disfarçar e esconder o que não dá mais pra ocultar” (Gonzaguinha) como esse gigante “deitado eternamente em berço esplêndido” (Duque Estrada) sempre foi conduzido por suas elites dirigentes e empresariais. Que nos remetem a “certos dias que eu penso em minha gente e sinto assim todo meu peito apertar” (Vinícius de Moraes), mas sabemos que “o estandarte do sanatório geral vai passar” (Francis Hime). Afinal, “viver é melhor que sonhar, mas há perigos na esquina...” Belchior.

E a maioria da população quer mesmo é “botar o bloco na rua, botar pra gemer” (Sérgio Sampaio). As pesquisas mostram isso. A brutal rejeição dos dois principais candidatos é a maior prova. É preciso, é urgente surgir uma terceira via.

Por isso, por falta de espaço, peço licença ao Gabriel, o Pensador para “adaptar” sua genial Chega! (vale conhecer) para “fechar” o espaço da semana com essa brincadeira musical com coisa séria. Ela fala por quase todos.

“Chega! Que mundo é esse?... A gente é saco de pancada há muito tempo aceita porrada da esquerda, porrada da direita... Chega! Obras de milhões de reais e milhões de pacientes sem lugar nos hospitais. Chega! Falta comida”... Tudo aumenta, menos a esperança...”

“Democracia. Que democracia é essa? O direito deles acaba onde começa o nosso. Mas onde o nosso começa? Os ratos fazem a ratoeira e a gente cai... E paga a conta pela falta de saúde e educação. Paga caro pela água, o gás, a luz. Pela paz, pelo crime. Por Alá, por Jesus”. “Chega! Vida de gado, resignado. Vida de escravo, de condenado. É corda no pescoço do patrão e do empregado. Quem trabalha honestamente tá sempre sendo roubado”.

Pagamos “por tudo: pra andar na rua, entrar em casa, não entrar no SPC e no Serasa”. “Estacionar, licenças de funcionamento e alvarás. Passagem, bagagem, pesagem, postagem. Imposto sobre importação, IPTU, IPVA, IR, FGTS, INSS, IOF, IPI, PIS, Cofins e o Pasep”.

“Pagamos o caveirão, o subsídio absurdo dos políticos, a esmola dos professores, a escola sucateada, as estradas, cada poste, a urna eletrônica, cada árvore morta na Amazônia”. “Pagamos a conta do SUS e cada medicamento, a maca que leva os mortos por falta de atendimento. Pagamos ontem, hoje e amanhã também”.
“Respeitem-nos! Somos os donos desse lugar. Chega!”.

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do EXTRA


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