colunista

Elias Fragoso

Economista, foi prof. da UFAL, Católica/BSB, Cesmac, Araguaia/GYN e Secret. de Finanças, Planej. Urbano/MCZ e Planej. do M. da. Agricultura/DF e, organizador do livro Rasgando a Cortina de Silêncios.

Conteúdo Opinativo

10% NÃO GANHAM DE 90%

07/09/2021 - 10:16

ACESSIBILIDADE

IBGE
 Datafolha mostrou que tão somente 10% da população acha “aceitável” um regime ditatorial
Datafolha mostrou que tão somente 10% da população acha “aceitável” um regime ditatorial

Segundo o IBGE, este país acaba de alcançar 213 milhões de habitantes. Hoje, 7 de Setembro, uma data fabricada por historiadores “oficiais” do império para comemorar um evento que não houve (ao menos nos termos “ensinados” por essa escola defasada, sintomaticamente, típica da época do império, o Brasil assiste atônito a outra pantomina. A Bolsonarista. Que quer fazer do 7 de setembro, o dia do golpe travestido de discursos nacionalistas (sic).

Pesquisa recente Datafolha mostrou que tão somente 10% da população acha “aceitável” um regime ditatorial. Significa dizer que 90% não concordam com isso. E não conheço, em lugar algum, um golpe em que 90% do povo é contra.

Esses 90% assistem atônitos, uma súcia de extrema direita se apossar dos símbolos da Nação para defender – de forma enviesada - um golpe de Estado que beneficie o pior presidente que o pais teve em todos os tempos. Trata-se de uma total inversão de valores, acólitos pró- ditadura usam os símbolos nacionais – tal qual Hitler fez na Alemanha – para tentar se apossar e colocar no poder de forma ditatorial e criminosa (criminosa já que contra as leis do país) um sujeito com o passivo de Bolsonaro.

Sinto informá-los, não haverá golpe. E o motivo é simples, não se faz golpes com esse tipo de gentalha extremista, sem apoio militar, sem apoio do Congresso ou da justiça. E da sociedade brasileira. Tudo que Bolsonaro não tem ou perdeu. Simples assim e ponto final.

O que ele está fazendo é usando essas pessoas como boi de piranha ou inocentes úteis para tentar reverter o que já é irreversível: a perda ampla, geral e irrestrita de apoio popular que não só inviabilizou sua recandidatura como a tentativa de golpe.

Isso por que descumpriu todas as promessas de campanha, por suas atitudes belicosas e golpistas, por sua atuação genocida na pandemia que já dizimou quase 600 mil cidadãos e cidadãs brasileiras, pelas falcatruas que estão sendo descobertas dia sim, outro também de sua família e dele, por trazer o Centrão ladrão para o governo e com ele se mancomunar para não ser impichado. Por ser Bolsonaro.

Ruim de cálculo e horroroso de gestão, ele vai sair depois de hoje, menor e mais isolado politica (o Centrão-ladrão do Nordeste já o abandonou para acompanhar o outro cafajeste do PT na campanha de 2022, embora não o diga para não perder as boquinhas que estão mamando no governo federal) e eleitoralmente.

É que até o brasileiro comum já pressentiu que a “tensão máxima” a que esse sujeito vem submetendo há 3 anos as instituições, unicamente em nome de um golpe que não lhe sai da cabeça, turvou o foco nos problemas efetivos do Brasil (o cara não trabalha, só atrapalha) que não foram sequer analisados nessa (má) gestão; que por motivos óbvios, seu destempero aumenta o custo de manutenção da democracia (desmobilizando controles e geometrizando corporativismos), amplia as já seríssimas distorções estruturais e econômicas do país, degrada e atrofia as liberdades e amplia as enormes desigualdades sociais do país.

O brasileiro é essencialmente conservador, mas avesso a saídas autoritárias (pesquisa Quest & Genial) e isso, essa figura menor nunca entendeu. Como não entendeu que o grosso dos eleitores não votou nele. Votou apesar de ser ele para que o PT (cruz credo!) não voltasse ao poder.

E agora, com suas diatribes, insensatez e asnice política trabalha incessantemente para eleger o Lula. Será responsabilizado também por isso, se acontecer. O brasileiro não quer ver a cara de nenhum dos dois. As pesquisas falam isso com total clareza. Por enquanto, a rejeição de Bolsonaro está em 61% (os eventos que ele está promovendo hoje ao invés de melhorar, vai piorar as coisas para o lado dele nesse quesito) e a de Lula em 47% (também deve crescer).

Ele precisa aprender matemática se não quiser perder todas. 10% não ganham de 90%. Ainda bem. Torço para que após essa desfeita com a Nação, comece a surgir uma luz no final do túnel da terceira via.

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do EXTRA


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