colunista

Elias Fragoso

Economista, foi prof. da UFAL, Católica/BSB, Cesmac, Araguaia/GYN e Secret. de Finanças, Planej. Urbano/MCZ e Planej. do M. da. Agricultura/DF e, organizador do livro Rasgando a Cortina de Silêncios.

Conteúdo Opinativo

O país está desminlinguido

17/07/2022 - 07:55

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Fernando Frazão/Agencia Brasil
Governo Bolsonaro
Governo Bolsonaro

Em 2018, quando o Congresso Nacional impichou o poste incompetente do PT que o analfabeto que foi presidente (sic!) havia colocado no seu lugar para continuar a mandar e desmandar até a corrupção envolver todos os órgãos e empresas estatais federais – que quebraram todos, se diga de passagem - na maior roubalheira de que se tem noticia nesse país (essa história que a mídia amestrada vende de que apenas a Petrobras foi vítima dos petistas é coisa de gente alinhada aos vermelhos) - achávamos que havíamos dado um basta em tamanha safadeza e ladroíces.

Qual o que!

Logo, o bando do MDB que assumiu (presidente e sua gangue) foi exposto (quem não se lembra do famoso encontro às escondidas do então presidente com o presidente da JBS?), alguns foram presos, outros afastados do butim, e a maior parte neutralizada, enfim. Esse breve espaço de tempo de dois anos sem corrupção por tonelada - para que se tenha ideia do enorme potencial deste país - fez o Brasil levantar-se e respirar, quase pronto para voltar a crescer de verdade.

A chegada do atual governante de quem não se esperava muito que não impedir o PT de voltar ao governo em 2019 mostrou a que veio: sabia-se do seu extremismo, mas não se sabia das suas ligações com milicianos do Rio de Janeiro, do caixa dois - dele e de seus filhos - com o salários dos funcionários, que viria a ser contrário a vacinação da população contra a COVID e que iria gastar 4 anos sem nada fazer, apenas tentar golpear a Constituição e desmontar todas as estruturas de governo. Uma loucura total!

Disso se aproveitaram os órfãos da corrupção e parte da mídia para levar o cara – despreparado, com tendências golpistas e cada vez mais cercado de gente de baixa qualificação - aos braços do Centrão para não ser impichado. O resto já se sabe.

Sua frase no discurso de posse, que tinha outro endereço, tornou-se premonitória do que ele e seu (des) governo fizeram com este país: “eu não vim para construir nada, eu vim para destruir tudo”... E assim vem fazendo. Ele e os arautos do Centrão.

O recente rompimento acintoso dos preceitos constitucionais através de PEC que burla as regras fiscais e eleitorais do país, com a “desculpa” escrota da “elevação extraordinária e imprevisível dos preços do petróleo”, foi ato criminoso de exceção para criar um “estado de emergência” que só interessa ao presidente, seus acólitos do Centrão e à sua periferia de baixíssima qualidade. Nossa Constituição – a bem da verdade, uma colcha de retalhos mal ajambrada – foi mais uma vez estuprada.

O atual governo formalizou o vale tudo. Acabou responsabilidade fiscal, a responsabilidade social. A regra é desrespeitar todas as regras em nome de um jogo eleitoral sujo. Sem qualquer limite moral, institucional e Constitucional. Um cenário desolador. Que – é preciso que se diga contou com o apoio da oposição, sim de petistas e correlatos que votaram e apoiaram a imoralidade. Todos encoloiados. Exceto, o Partido Novo e o senador José Serra, do PSDB.

O jornal Estadão (ontem) pergunta com razão “Onde está a oposição quando o presidente Jair Bolsonaro debocha e humilha da Constituição? Onde está o centro democrático responsável? E não se diga que a PEC do Desespero foi uma exceção, motivada por circunstâncias excepcionais. Nada justifica arrombar a Constituição”...

Falta oposição. Sobra oportunismo. É a avacalhação total do sistema de pesos e contrapesos que somente a Democracia permite. A população precisa reagir. Se deixar nas mãos dessas figuras malsãs, corre-se o risco de coisas ainda piores.

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do EXTRA


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