colunista

Elias Fragoso

Economista, foi prof. da UFAL, Católica/BSB, Cesmac, Araguaia/GYN e Secret. de Finanças, Planej. Urbano/MCZ e Planej. do M. da. Agricultura/DF e, organizador do livro Rasgando a Cortina de Silêncios.

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12/12/2022 - 13:29

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Sede do governo de Alagoas
Sede do governo de Alagoas

Já se passaram mais de 10 dias da apropriação indevida do dinheiro dos funcionários públicos pelo governo do Estado, numa típica operação de Zé com Zé da Secretaria da Fazenda de Alagoas com o Alagoas Providência. Até o momento não há notícias de nenhuma movimentação dos principais interessados – e donos do dinheiro – nem dos sindicatos que os representam, exceção apenas aos ligados ao fisco e à educação, nem tampouco de autoridades para barrar o confisco de que estão sendo vítimas à luz do dia os servidores públicos contratados a partir de 2007. São mais de 400 milhões de reais, gente!

Estranho é o silêncio dos demais sindicatos, lépidos na defesa de pautas políticas da esquerda, mas na hora de defender aqueles a quem representam se fingem de mortos. Deixam seus associados à mercê da sanha de quem não tem qualquer prurido em meter a mão grande no dinheiro dos servidores, sob as mais estapafúrdicas desculpas que só os mal intencionados fingem acreditar, para pagar o 13º salário dos servidores com o próprio dinheiro deles!

Essa apropriação “na marra” embora oficial (sic!) do dinheiro dos servidores sem nenhuma satisfação a ninguém, nem mesmo aos diretores do Alagoas Previdência, como comprovam gravação da reunião daquele órgão que mostra a estupefação dos seus diretores que tiveram que engolir goela abaixo – e calados – a tunda da Secretaria da Fazenda na grana alheia, e a votação a toque de caixa de um PL claramente inconstitucional na Assembleia Legislativa mostram bem o caráter de que se reveste essa operação: é apropriação indébita do dinheiro alheio!
Assim até a mãe Joana é boa gestora! Faltou grana, vamos tomar a dos servidores e pronto! Está resolvido o problema do Estado. É uma vergonha nacional o que está acontecendo em Alagoas nas barbas de todos sem que nenhuma autoridade tome qualquer providência!

Tenho alertado há algum tempo, mas todas fazem ouvidos de mercador – prevaricando dos seus deveres de apurar o que de fato está acontecendo – que o governo de Alagoas está quebrado na cepa como diz o ditado. Tem sobrevivido de injeções de empréstimos tomados a juros estratosféricos na banca privada e de outras “mágicas” da Secretaria da Fazenda, como se o dinheiro público fosse a botija de ouro de algum pirata que dela se serve a sorrelfa.

A partir de 2023 começam a vencer os empréstimos bilionários que o governo anterior andou pegando diretamente a peso de diamante no mercado financeiro nacional (está impedido de receber aval do governo federal por dar calote na sua dívida pública com aval do mesmo, como também nos empréstimos tomados junto à União que já superam os 13 bilhões de reais, mais que toda a arrecadação do ano de 2023!).

E aí vai virar um salve-se quem puder para dar conta de fechar cada mês a partir de agora. E não é terrorismo. Desafio que os responsáveis por essa situação mostrem números – públicos e oficiais – que desmintam a minha afirmativa.

Para se salvar e dar conta de pagar as contas do governo que só aumentam, ele vai repetir a dose. Vem aí mais um pacotaço (já está na Assembleia) a ser votado a toque de caixa para extorquir ainda mais os alagoanos. Ninguém vai fazer nada? Depois não reclamem...

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do EXTRA


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