O inimigo
O “inimigo” não é a direita nem a esquerda, o inimigo é o raso crescimento que nos assola e atrasa há quatro décadas. É um Estado caro e ineficiente provocador de desigualdades, que fornece serviços de péssima qualidade e sustenta uma casta de privilegiados. É o populismo, que debilita o funcionamento da democracia e avilta os pilares do Estado de Direito e das liberdades individuais.
O inimigo é um país aferrado a um mercantilismo do século XVIII que insiste em “reservas de mercado”. É uma educação pública de rasa qualidade, que destrói a igualdade de oportunidade e trava a nossa produtividade. São aqueles médicos do SUS que não completam seu horário de trabalho ou quando o fazem atendem na base do vapt-vupt, responsáveis impunes pela morte de centenas de milhares de pessoas todos os anos. É o empresário que desvia recursos do SUS e de outros órgãos públicos.
O inimigo é um país cujo extraordinário ativo ambiental pode ser convertido em prosperidade econômica, geração de renda, emprego, mas que não sabe como fazer isso acontecer. O inimigo são empresários chapa branca que só sobrevivem através do dinheiro do Estado, desviado de suas mais nobres finalidades. O inimigo é o político ladrão que desvia o dinheiro público.
É a elite predadora e insensível socialmente que domina e choca este país todos os dias, que não abre mão de suas ridículas viagens a Miami e que tais, onde vão arrastar seus complexos de vira-lata. Boçais idiotizados a gastarem fortunas numa garrafa de vinho, quando próximo de suas casas pessoas passam fome. Inimigo é a fome que assola 30 milhões de nossos irmãos, num país que é um dos “celeiros do mundo”.
Inimigo é essa combinação desastrosa de insensibilidade, de incompetência programada que nos agride todos os dias, de todos os lados. Inimigo é quem provoca tudo isso contra uma população que no geral é ordeira, trabalhadora e que só quer ter direito ao mínimo que lhe é sonegado.
Luiz Felipe D’Ávila, ex-candidato a presidente da República pelo partido Novo e fonte inspiradora deste artigo, afirma que “esta combinação desastrosa de burrice (não aprender com os exemplos que deram certo), ignorância (o misticismo ideológico que prevalece sobre os fatos e as evidências) e o paroquialismo eleitoral (que perpetua os vínculos do corporativismo e do clientelismo para ganhar votos) revela... o Brasil alijado do mundo que dá certo e longe das soluções práticas para combater os verdadeiros inimigos do País”.
Inimigo é quem assiste a tudo isso calado fazendo de conta que não é consigo, votando nessa gente que aí está pronta para assaltá-los, estuprar os seus direitos, vilipendiá-los.
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** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do EXTRA