colunista

Elias Fragoso

Economista, foi prof. da UFAL, Católica/BSB, Cesmac, Araguaia/GYN e Secret. de Finanças, Planej. Urbano/MCZ e Planej. do M. da. Agricultura/DF e, organizador do livro Rasgando a Cortina de Silêncios.

Conteúdo Opinativo

A falsa escolha de sofia

06/06/2023 - 19:20
Atualização: 06/06/2023 - 19:36

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Bolsonaro e Lula
Bolsonaro e Lula

O eleitor brasileiro foi conduzido pelos políticos deste país na última eleição presidencial a votar no L ou no B (péssimas opções para o Brasil que queremos e que a corrupção generalizada em todos os níveis do stablishment nacional não deixa florescer ao “matar” no nascedouro quaisquer chances para “outsiders” do poluído meio político nacional).

Os partidos políticos, apodrecidos, dominados a ferro e fogo pelos morubixabas da política nacional garroteiam, estrangulam e não satisfeitos, enterram as pretensões de qualquer possível candidato qualificado, sem a nódoa de um passado duvidoso e com ótimas ideias para o país. No mínimo, são “exilados” em micro partidos como foi nesta eleição o caso do partido Novo. E se tornam irrelevantes pelo “gelo” que a mídia e o stablishment lhe dão.

Livres da “ameaça” de alguém com ideias saneadoras, inovadoras e disruptivas, estão prontos para apostarem em toupeiras moldáveis como Bolsonaro e/ou em gente de passado ilibado como Lula. As duas faces da mesma moeda que asseguram que nada vai mudar no andar de cima e se mudar – como ocorreu nos últimos tempos – é para pior, para proteger a turma do balacobaco da política, ou seja, quase todos.

E isso tem nos levado nos últimos 38 anos (a partir de quando este país saiu do jugo de uma ditadura militar) a um crescimento pífio da economia. Para o Brasil se desenvolver teria que crescer a taxas na faixa de 3,5% ao ano, no mínimo. Mas o que temos é uma média de 1% a.a., ou seja, mais pobreza e subdesenvolvimento. E mais corrupção, desvios de recursos públicos, peculato, prevaricações, compradios.

Nossa elite, uma das mais predadoras do mundo, luta incessantemente e sob as mais diversas formas para levar este país ao limite máximo da asfixia social. Somos a segunda maior desigualdade do mundo, quase metade da população está endividada e passa fome, as remunerações da base da pirâmide social (os que sustentam aos predadores e o país) são irrisórias, a violência grassa contra o trabalhador e as periferias por parte das forças de segurança, temos um dos mais brutais número de assassinatos do mundo (matamos de forma avassaladora, pobres, pretos e pessoas LGBTQIA+). E a coisa vai daí para pior...

Veleidade de que isso irá mudar? Zero. Herdamos o que havia de pior da raça humana vindo dos degredados enviados por Portugal. Bandidos, rufiões, ladrões, estupradores, criminosos do “colarinho branco” (sim, já haviam) que aqui se miscigenaram aos índios e aos negros africanos e, deu nisso que aí está.

Nossa academia nunca forjou – com raras exceções – a bigorna que daria lustro próprio e nacional a nossas criações. Somos quase sempre meros copiões do que a Europa e os EUA produzem. Não há um verdadeiro sentimento, vontade mesmo, de mudar esse modelo subserviente que predomina em nossa terra. Não forjamos o homem brasileiro, importamos tudo ou quase tudo em termos de formação dos nossos “pensadores” e “técnicos”.

Mudar isso demanda uma enormidade de tempo. Forjar um verdadeiro pensamento nacional nos parece uma quimera. Que somente o vulgo em sua filosofia de botequim sabe traduzir em “soluções”. Quase sempre rasas, embora imbuídas de um nacionalismo que as nossas elites deixaram se perder na poeira dos tempos.

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do EXTRA


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