colunista

Elias Fragoso

Economista, foi prof. da UFAL, Católica/BSB, Cesmac, Araguaia/GYN e Secret. de Finanças, Planej. Urbano/MCZ e Planej. do M. da. Agricultura/DF e, organizador do livro Rasgando a Cortina de Silêncios.

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Braskem: mais antes tarde que nunca

14/08/2023 - 08:51

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Extra/Arquivo
Braskem em Maceió
Braskem em Maceió

Vou repetir algo que já se tornou quase um bordão. A Braskem sempre deitou e rolou em Alagoas sob o olhar compassivo de (quase todas) as autoridades. Mesmo com toda a pressão e escândalos recentes que suas atitudes desrespeitosas provocaram. Quem não lembra, por exemplo, do início deste ano quando ela e a empresa Diagonal tentaram manobrar para promover uma escuta pública “sem público”, para “aprovar” (sic) o tal do plano sociourbanístico? Um amontoado de platitudes e erros técnicos crassos que ela tanto fez até “aprová-lo” recentemente, sem a aprovação de ninguém. Uma esculhambação. Não tem outra palavra para isso.

A mais recente estripulia dela em Alagoas foi o “acordo” (sic!) que ela costurou (e que chocou pela desfaçatez com que urdiu para se livrar da dívida de Maceió a preço de banana) em conluio com a municipalidade e sua postura entreguista, incompetente, vassala e muito suspeita.

As duas entidades – uma responsável pelo megadesastre que enlutou Maceió há cinco anos e provocou um prejuízo seguramente superior a 8 bilhões de reais na cidade; e a outra, representante do povo de Maceió estuprado em seus direitos –, se reuniram para novamente trair os maceioenses com um “acerto” de 1,7 bilhão de reais (dos quais, segundo a imprensa local noticiou, a Braskem já avisou que 700 milhões é crédito dela com a prefeitura, sabe-se lá de que ou por que)...

Agora, se aproxima a vez de negociar com Alagoas, que recentemente rompeu com os interesses da Braskem ao vir a público em Nota Relevante do governo do Estado denunciando a trama que vinha sendo urdida pela empresa e interessados na sua aquisição, que deixava Alagoas para “depois” da venda da Braskem, com tudo que isso significa de prejuízo e mais sofrimento para todos os alagoanos. Arteirice que o senador Renan Calheiros vem lutando para barrar nas suas pretensões postergatórias com sua proposta de solucionar a dívida de Alagoas antes da venda da Braskem.

Ao que parece a empresa desta feita encontrará uma trincheira de resistência às suas estripulias como nunca houve por aqui. Os credores locais e o governo do Estado estão se unindo para a defesa comum dos seus interesses e de Alagoas a partir da estruturação da dívida real da empresa em Alagoas e de proposta que vai provocar um grande impacto nos meios empresariais e políticos deste país.

Para que se saiba de antemão, os levantamentos até agora conclusos levam a números que orbitam a casa das duas dezenas de bilhões de reais. Que não se repita com Alagoas o que foi feito com Maceió pelo entreguismo da Prefeitura.

Passou da hora desse estado se afirmar perante a Braskem que só problemas tem nos causado. Chegou a hora de dar a volta por cima de tantas ignominias. É preciso a união de todos em prol de Alagoas e a força dos que podem enfrentar essa multinacional nos mesmos termos em que ela é mestra na atuação.

Mais antes tarde que nunca.

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do EXTRA


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