colunista

Elias Fragoso

Economista, foi prof. da UFAL, Católica/BSB, Cesmac, Araguaia/GYN e Secret. de Finanças, Planej. Urbano/MCZ e Planej. do M. da. Agricultura/DF e, organizador do livro Rasgando a Cortina de Silêncios.

Conteúdo Opinativo

Governador não sancione o PL!

27/08/2023 - 08:00

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Agência Alagoas
O governador Paulo Dantas
O governador Paulo Dantas

A NOTA RELEVANTE que o governo de Alagoas emitiu na ultima semana de julho deste ano sobre o imbróglio que se tornou a venda da Braskem foi, politica e historicamente, um passo gigante dado pelo estado na direção do rompimento da “Cortina de Silêncios”, anomias e, mesmo, prevaricações que vinha sendo a tônica da relação daquela multinacional com os entes públicos de Alagoas nos seus três níveis. Federal, estadual e municipal.

A NOTA foi uma atitude que demonstrou de fato a distância o político e o politiqueiro, entre o discurso caviloso de muiiiiitos e a luta, o enfrentamento a uma multinacional por um punhado de cidadãos vilipendiados que, até a NOTA estavam abandonados à sua sorte, nesta luta desigual, mas que não arredam o pé dos seus direitos, dos direitos de Maceió e de Alagoas.

Afinal, a empresa – até agora impune - provocou maior crime ambiental do mundo em área urbana de todos os tempos, que nunca deve ser esquecido, minimizado e menos ainda defendido por maus alagoanos e gente de fora entranhada na máquina estatal em nosso estado, sob as mais cavilosas desculpas.

O governador Paulo Dantas, com o apoio direto do Senador Renan Calheiros teve a coragem cívica de enfrentar essa gentalha e sair com a NOTA RELEVANTE que causou enorme impacto em todo o país por seus termos duros, transparentes e incisivos de rompimento com o status quo estabelecido pela Braskem em Alagoas. Os cidadãos deste estado até então abandonados à sua própria sorte só tem a agradecer a bem vinda intervenção em favor do respeito institucional e pessoal que a Braskem nunca teve com esse estado e seu povo.

Um torniquete com que ela asfixia aos afetados do megadesastre que tiveram a desventura de com ela negociar seus bens, suas posses, suas vidas; envergonha-nos pela submissão vassala exigida de más autoridades espraiadas nos três poderes e; por sua cínica ignominia de destruir uma enorme parte da cidade causada por seu desleixo e incompetência técnica. E, se recusar até hoje em admitir a sua responsabilidade de pagar os valores reais devidos as vítimas, a prefeitura de Maceió (que traiu a todos vendendo uma dívida de no mínimo 8 bi pra receber 1 bi que sabe-se como e no que será gasto) e ao governo de Alagoas.

A rota preferida da empresa é a dos subterrâneos da política para “fatiar” o que deve e pagar na “bacia das almas” ou mesmo não pagar - como veremos daqui a pouco – o seu passivo em nossa terra.

Pois bem, essa semana, o governador, muito certamente enganado por maus alagoanos que pululam na administração pública, defensores da Braskem e dos malefícios que ela nos causou, encaminhou uma mensagem à Assembleia Legislativa – que certamente também foi enganada – solicitando autorização para o estado doar terrenos da propriedade dos alagoanos para a construção do Hospital Portugal Ramalho e de várias escolas que foram destruídas pelo megadesastre que aquela empresa provocou em Maceió.

A solicitação foi aprovada no Legislativo, que volto a afirmar categoricamente, certamente engabelado pelo canto de sereia dos maus alagoanos encrustados no serviço público nos seus diversos níveis e/ou pela própria corporação que seria beneficiada. O PL agora volta para a sanção do governador.

Tenho certeza que após esse alerta, sua excelência certamente reverá o caso com o olhar do cidadão que há dois meses rompeu com os laços de afronta com que Alagoas vinha sendo tratada pela Braskem.

A sanção desse PL seria certamente um desfavor a Alagoas, às atitudes de enfrentamento que o governador vem tomando neste caso da Braskem. E, certamente, faz parte da estratégia da empresa de “dividir para reinar”. Manjada estratégia que por incrível que pareça há 50 anos é exercida impunemente por ela em nossa terra.

Governador, não cabe ao estado de Alagoas doar nossos bens para evitar que a Braskem se livre das despesas que terá que arcar para indenizar as áreas dos nossos hospitais, escolas e outros bens que foram vitimados pela incúria daquela empresa em Maceió!
A atitude sorrateira, verdadeira armadilha a que vossa excelência foi submetida, nesse caso, somente serve de alerta para que o senhor saiba quem está de verdade do lado de Alagoas e dos alagoanos. E quem está a favor do vilipendio e da Braskem!

NÃO COMPACTUE COM ESSA GENTE GOVERNADOR. NÃO SANCIONE O PL!

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do EXTRA


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