colunista

Elias Fragoso

Economista, foi prof. da UFAL, Católica/BSB, Cesmac, Araguaia/GYN e Secret. de Finanças, Planej. Urbano/MCZ e Planej. do M. da. Agricultura/DF e, organizador do livro Rasgando a Cortina de Silêncios.

Conteúdo Opinativo

Mina 18 cumpre o seu papel: desmascarou a Braskem ao mundo

12/12/2023 - 08:02
Atualização: 20/12/2023 - 10:09

ACESSIBILIDADE

Itawi Albuquerque/Secom Maceió
Rompimento da mina 18 da Braskem foi registrado às 13h15 do dia 10 de dezembro
Rompimento da mina 18 da Braskem foi registrado às 13h15 do dia 10 de dezembro

A mina 18 cumpriu um importante papel ao – finalmente – relevar para o Brasil e o mundo o gravíssimo problema provocado pela Braskem em Maceió e arredores há quase seis anos. Ela foi a responsável direta por “dinamitar” as barreiras e os grilhões com que a empresa vinha sufocando os alagoanos, jogando – de repente - luz nos porões cinzentos das anomias e na escuridão das prevaricações e da corrupção ocorridas até então nos desvãos dos porões de parte significativa do estamento político, estatal e judiciário no estado, partícipes diretos dessa ignominia.

As duas últimas semanas foram também uma aula ao vivo do papel da mídia quando exercido em sua plenitude, ao jogar luz nos esgotos deste caso escabroso a partir do ponto fulcral que foi a mina 18. Começando a revisitar a sujeira e a podridão dos envolvidos nesses seis anos de encobrimentos criminosos contra os interesses de Alagoas e de sua população.

Levando-os a perder o controle da narrativa e fazendo com que parte (tem muita coisa ainda a ser revelada) da verdade viesse à tona relevando com rude crueza as mãos sujas do sangue daqueles que coonestaram com as dezenas de suicídios cujo gatilho foi o mega desastre, com o sofrimento das 148.400 vítimas (atenção mídia, a lorota de 60 mil vitimas é mais uma das meias-verdades da Braskem), do quase milhar de pessoas que foram/estão acometidos de problemas emocionais ou psicológicos provocados pelo cerco brutal imposto a Maceió e Alagoas.

Nesse breve intervalo de tempo em que se fez a luz sobre a escuridão da corrupção, a sociedade maceioense assiste chocada aqueles que até ontem estiveram contra a cidade e seus cidadãos se metamorfosearem – mais que repente - em paladinos contra os malefícios que a Braskem causou a esse estado nos últimos 6 anos.

Como se a sociedade alagoana não soubesse quem são. Eles continuam refastelados em suas altas posições hierárquicas prontos para, amainada a tempestade que a mídia nacional provocou, voltarem a prevaricar, se corromper, trair os interesses dessa Capital e de Alagoas.

São uns caras de paus. Melhor são covardes traidores, primeiro da cidade e de seu povo e agora da empresa que os abasteceu de favores e “otras cositas más” durante esse longo período de trevas que se viveu por aqui! A Braskem para eles agora virou a “Geni”, música do genial Chico Buarque...

Torço para que a luz detergente da mídia nacional por aqui permaneça por um bom tempo, que ela se aprofunde no esgoto putrefato que existe por detrás das “respeitáveis” imagens desses “paladinos de última hora”, que revele as falcatruas cometidas por esses sicários.

Existe muita gente por aqui que pode ajudar a revelar as “tenebrosas transações” que o Chico já falava em sua magistral “Vai Passar”. Aliás, já começaram a expor parte da patifaria. Precisam ser ouvidos. Por enquanto o que disseram nada mais é que uma ponta do que a mina 18 permitiu trazer à tona, mas que ainda esconde em suas entranhas o que de fato anda ocorrendo no seu interior.

Faça-se a luz!

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do EXTRA


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