colunista

Elias Fragoso

Economista, foi prof. da UFAL, Católica/BSB, Cesmac, Araguaia/GYN e Secret. de Finanças, Planej. Urbano/MCZ e Planej. do M. da. Agricultura/DF e, organizador do livro Rasgando a Cortina de Silêncios.

Conteúdo Opinativo

Então é Natal

24/12/2023 - 06:00

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Assessoria
Decoração natalina em São Miguel dos Campos
Decoração natalina em São Miguel dos Campos

o Natal, tal como o conheci criança, não mais existe. Os pastoris, os folguedos natalinos, as festividades nas praças e parques e nos bairros, os feéricos presépios, a forte religiosidade embutida no inconsciente coletivo com para o “nascimento de Jesus”, a missa do Natal à meia noite (até hoje me pergunto por que aquela tortura com as crianças obrigadas pelos pais a estar presentes), o papai Noel tão esperado, em especial pelos da primeira infância, a alegria de “descobrir” que à noite ele deixou o presente “porque você foi educado, respeitoso com os mais velhos e teve boas notas na escola”, os almoços do dia 25 de dezembro...

O “Natal” é uma herança dos romanos para o mundo ocidental com um “dedinho” de malandragem do então Papa..... que indicou há 1.600 anos atrás, o dia 25 de dezembro como o do nascimento de Jesus (atualmente os estudiosos situam essa data entre abril e maio...). Justamente na mesma data que os romanos comemoravam a Saturnália um evento misto de libertinagem social e de homenagem à Saturno (que era o principal Deus deles).

Foi a maneira que ele encontrou de contrapor a religiosidade dos cristãos (em Roma à época já era uma importante comunidade) à barafunda romana. Deu certo. Hoje o Natal é um dos principais senão o maior evento da cristandade ocidental. Ou deveria. Perdido que está pelas “adaptações” contemporâneas realizadas pela sociedade. Que ano a ano vem se afastando dos ritos tradicionais e se aproximam – guardadas as proporções – à festa pagã da Saturnália dos romanos...

Independentemente de crenças, o Natal no dia 25/12 é basicamente comemorado nos países ocidentais. As igrejas ortodoxas e cooptas, do Oriente, comemoram o nascimento de Jesus no dia 7 de janeiro, nos países muçulmanos, não há comemoração, Maomé é seu profeta. No Japão xintoísta e budista, na China budista e xintoísta e na Índia onde predominam o hinduísmo, o shikhismo e o islamismo não há comemorações relevantes e, pasmem, os menos informados: o Natal também não é comemorado em Israel que não reconhece o judeu Jesus como o Messias. Ou seja, mais da metade da população mundial não comemora (ou o faz de forma discreta) o Natal.

É um período propício à reflexão, a um olhar introspectivo sobre nós e nossas ações e oportunidade “religare”, reconectar o nosso eu com a verdadeira razão para aqui estarmos. Encerro com a lição da grande Cora Coralina para o Natal. O de verdade.

Enfeite a árvore de sua vida com guirlandas de gratidão

Coloque no coração laços de cetim rosa, amarelo, azul, carmim

Decore seu olhar com luzes brilhantes

Estendendo as cores em seu semblante

Em sua lista de presentes

Em cada caixinha

Embrulhe um pedacinho de amor

Carinho, ternura, reconciliação, perdão.

É o que desejo a cada um de vocês!

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do EXTRA


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