colunista

Elias Fragoso

Economista, foi prof. da UFAL, Católica/BSB, Cesmac, Araguaia/GYN e Secret. de Finanças, Planej. Urbano/MCZ e Planej. do M. da. Agricultura/DF e, organizador do livro Rasgando a Cortina de Silêncios.

Conteúdo Opinativo

Chega de tergiversações!

13/04/2024 - 06:00

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O Caso Braskem em Alagoas, como a mídia nacional apelidou o que chamamos por aqui de megadesastre, tem se apresentado como um jogo de soma negativa para as pessoas afetadas, para todos os maceioenses, para a cidade de Maceió, para oito dos municípios da região metropolitana de Maceió e para o governo do estado de Alagoas. E positiva apenas para a Braskem, justamente a petroquímica – até hoje não incriminada – que causou o maior crime ambiental do mundo em área urbana. É resultado de uma cadeia de anomalias, prevaricações, corrupção, atividades ilegítimas de lobby, suborno, desvio de recursos, financiamento legal e ilegal de campanhas. Não, não são minhas as conclusões (mas as assino embaixo). São do relatório do TCU de 2022 sobre o setor da mineração no Brasil. Um flash cinzento do que pode estar ocorrendo em Alagoas no Caso Braskem.

O documento também aponta a relação entre funcionários de órgãos públicos responsáveis pela aprovação técnica e ambiental de empreendimentos minerários e interesses em empresas do setor como uma das graves distorções promovidas pelas empresas mineradoras em nosso país. No caso de Alagoas, foi o relator da CPI da Braskem que, na quarta-feira desta semana, informou estar convidando representante do MPF-AL para explicar atitudes que têm priorizado o setor privado em detrimento dos direitos das comunidades afetadas... E mais um diretor da Braskem, este da área de operação, para explicar o que o diretor de pessoal – como havia prognosticado neste espaço – iria dizer nada saber de nada.

Não fosse o ato falho de declarar e assumir que a empresa é a culpada pelo megadesastre (o que vai ajudar em alguns movimentos a serem feitos pelos que estão sendo espoliados por ela com o apoio de gente asquerosa) que foi capa dos principais veículos da mídia nacional, sua passagem na CPI teria sido o fiasco esperado. Milimetricamente esperado. Fico a pensar: como é que agora esses maus alagoanos que estão ao lado da Braskem vão se explicar por sua defesa escrota da empresa... Essa gente precisa saber que existem ferramentas muito eficazes para determinar os riscos de exposição a irregularidades, como o modelo Triângulo da Fraude, de Cressey, muito utilizado pelo Banco Mundial e a OCDE.

Existem outros modelos, ladrões do dinheiro público não têm muita chance quando se utiliza a Inteligência Artificial, mais especificamente modelos baseados em Aprendizado de Máquinas... Agora para simplórios, basta apenas que se pratique a velha frase: siga o dinheiro. Que venho me esgoelando aqui nesse sentido. De novo então: a PF deve seguir os dinheiros que a Braskem diz que está gastando por aqui... Por um caminho ou outros, o milagre de pôr à luz do sol a podridão que anda solta no lodaçal que – parece – se tornou os bastidores deste caso Braskem se impõe. Chega de tergiversações!banner

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do EXTRA


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