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Elias Fragoso

Economista, foi prof. da UFAL, Católica/BSB, Cesmac, Araguaia/GYN e Secret. de Finanças, Planej. Urbano/MCZ e Planej. do M. da. Agricultura/DF e, organizador do livro Rasgando a Cortina de Silêncios.

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Caso Braskem: perigo à vista

24/11/2024 - 08:39
Atualização: 26/11/2024 - 17:55

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A plataforma de negócios Broadcast do grupo Estado divulgou nesta semana que ora se encerra que “os bancos detentores das ações da Braskem estudam uma alternativa para dar saída nos papéis que têm na petroquímica e [que] foram dados como garantia pela Novonor (ex-Odebrecht) em empréstimos tomados pelo grupo no passado. A ideia é conduzir um processo de capitalização privado junto a um investidor financeiro, por meio do qual a fatia de controle da Novonor na Braskem seja diluída e as dívidas existentes dos bancos equacionadas”. A dívida total com Bradesco, Itaú, Santander, Banco do Brasil e BNDES supera R$ 15 bilhões.

A nota continua: “A Coluna apurou que é uma estrutura que está sendo gestada e não há definição sobre seu formato, mas a proposta foi aceita pelos bancos, pela Novonor e pela Petrobras, que no passado já rejeitou a presença de um investidor financeiro”.

Em paralelo, o mercado acompanha com atenção as negociações de fusão e aquisição que vem sendo conduzidas pelos bancos BTG e Morgan Stanley já há algum tempo que tem como principal interessada a Petrochemical Industries Company (PIC), do Kuwait. A Petrobrás como sempre, foge do tema pela tangente como se esconde convenientemente por trás da NOVONOR para desviar a sua responsabilidade pelo megadesastre de Alagoas, ela que é a segunda maior acionista da Braskem, quase em igualdade de condições à empresa do ex. grupo Odebrecht. Na verdade, a Novonor detém o controle da Braskem, com uma participação de 50,1% das ações ordinárias e 38,3% do capital total. Ao seu lado está a Petrobras, com uma fatia de 47% das ordinárias e 36,1% do total.

É preciso lembrar aos alagoanos que a Braskem/NOVONOR busca a quatro anos uma saída para a venda da empresa que sempre esbarra e continuará a esbarrar na mega dívida não saldada e que ela finge não reconhecer de 16 bilhões de reais segundo dados em poder do Governo de Alagoas, um dos credores, juntamente com outras 140 mil pessoas e oito municípios afetados pelo evento que destruiu parte significativa da Capital de Alagoas.

O que a nota da coluna Broadcast trata é de uma saída que os bancos estão tentando para resolver o “lado deles”, enquanto que BTG e Morgan Stanley buscam saída para o lado da NOVONOR. Mas, ninguém está considerando o passivo com os credores alagoanos. Que queiram ou não, um dia terá que ser saldado.

Enquanto autoridades locais fazem “cara de paisagem” para o “by pass” que a empresa tenta dar nos alagoanos, resta somente aos afetados caminharem sozinhos, sem apoio dos organismos que deveriam estar defendo-os mas optaram por agirem em prol de soluções ignóbeis claramente favoráveis à empresa que destruiu parte de Maceió e inferniza a vida dos afetados dos maceioenses com suas fakes cotidianas na mídia local na tentativa nazista goebbeliana de que “uma mentira contada muitas vezes acabam se tornando verdade”.

Aos eventuais compradores é preciso dizer que cerca de 40% dos afetados já optaram por ações na Holanda. Portanto, o que parece ser uma aquisição na “bacia das almas” pode se tornar num enorme prejuízo não contabilizado pela empresa nas suas negociações com os os eventuais interessados.

Até quando a Braskem/NOVONOR vai levar essa quebra de braço com os alagoanos? Justiça senhores, tarda mas não falta. Não é em absoluto do interesse corporativo manter uma briga longuíssima que quer queira ou não, não irá ganhar.

Os adquirentes sabem disso.

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do EXTRA


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