É possível, sim, o Nordeste tem saídas
O Nordeste pode estar à beira de um 'boom' transformador, viabilizado pelo modelo de desenvolvimento proposto pelo Instituto Nordeste, mas que demanda apoio estratégico para o choque de inovação e disrupção.
O Nordeste, região de rica cultura e história, desde sempre enfrenta o desafio de superar o subdesenvolvimento para trilhar um novo caminho de crescimento acelerado e sustentável. É preciso, no entanto, romper com paradigmas arraigados que sempre frearam a sua caminhada e adotar uma postura inovadora, disruptiva. Afinal, se os Tigres Asiáticos, países em condições socioeconômicas ainda mais desfavoráveis conseguiram se tornar economias pujantes em cerca de 40 anos, o Nordeste também pode alcançar a riqueza. E em um período ainda menor, impulsionado pelas ferramentas da inteligência artificial e pelas tecnologias de ponta.
Desde que faça a lição de casa.
Requalifique urgentemente a sua mão de obra operacional, intermediária, técnica e de comando; implemente um avanço transformador do agro 1.0 para o 5.0 na ex-área da cana; impulsione vigorosamente o Turismo na região; expanda e dissemine rapidamente projetos e ações de sucesso que já operam na região, trabalhe intensamente para prevenir e mitigar os efeitos devastadores do clima, e outras medidas modernizadoras; priorize a integração estratégica da tecnologia em todas as atividades como elemento de alto impacto transformador.
É importante reconhecer que o desenvolvimento do Nordeste enfrenta desafios complexos, e um deles se refere aos termos de troca com as demais regiões do país. Essa questão se configura como uma das fontes da desigualdade regional, uma vez que o Nordeste exporta insumos básicos e importa produtos industrializados ou de maior valor agregado. Traduzindo em termos financeiros, isso significa que a região envia mais recursos para fora do que recebe do restante do Brasil.
E o que é ainda mais relevante: esse montante que "escorre" do Nordeste é várias vezes maior do que as transferências federais para a região, que ainda assim, são alvo de críticas por parte de outras regiões do país...
Essa realidade paradigmática reforça a urgência de implementar estratégias que fortaleçam a economia regional e reduzam sua vulnerabilidade externa. É preciso estancar os “vazamentos” do qual a região tem sido vítima. Para melhor ideia do potencial refreado do Nordeste, apesar dessa contribuição líquida para o restante do país, a região tem apresentado um crescimento a taxas superiores à média nacional!
Iniciadas as reformas e mudanças, o Nordeste começará a crescer patamares muito elevados alcançando mesmo taxas anuais de 10%, para, posteriormente, à sua consolidação manter um crescimento sustentável em torno de 5%.
Não é sonho. Volto a frisar: os tigres asiáticos estão aí para mostrar o caminho. Adaptado à nossa realidade, claro. Uma iniciativa que os arautos do atraso regional resistem com unhas e dentes.
É certo que para fazer acontecer o 'boom', o Nordeste precisa fazer o dever de casa.
A começar pela sua mão de obra, diante do alarmante índice de apenas 6% de alfabetização plena no Nordeste. A sua requalificação é para o desenvolvimento regional uma necessidade urgente e imperiosa, exigindo uma disrupção completa nos métodos de qualificação docente e técnica da região.
Essa transformação, para ser bem-sucedida, demanda uma abordagem holística que se afaste dos modelos oficiais que, infelizmente, não produziram os resultados desejados na educação e capacitação neste país.
O esforço para habilitar e qualificar mão de obra estará centrado em dois pilares: o da educação básica e o da educação profissional. No primeiro existem 850 mil docentes responsáveis pela formação de quase 13 milhões de crianças, e no segundo a avaliação é que esse número supere o 1 milhão de técnicos que serão preparados para a iniciativa privada.
Um segundo passo, quase simultâneo ao primeiro, será investir no agronegócio numa região onde 90% é subsistência. O setor agrícola é outro de respostas rápidas a incentivos. E o Nordeste, uma “porteira aberta” a espera de bons projetos.
Neste caso a opção foi por um modelo de negócio altamente disruptivo que ocuparia as ex-áreas da cana de Alagoas e Pernambuco (300 mil hectares) importando o agrobusiness 5.0 europeu para ocupá-lo.
O que trará como consequência imediata a elevação drástica da produtividade (o tomate irrigado, por exemplo, o Brasil produz 80 mil kg por hectare, com a técnica holandesa a produção salta para 800 mil kg por hectare), a agregação de valor à produção através da prioridade à exportação de produtos agro industrializados e a inserção da região de forma competitiva no mercado global.
Consolidado, o agrobusiness 5.0 do Nordeste irá aumentar em 30% o PIB atual do Nordeste. Apoiado em recursos externos ele vai gerar um milhão de empregos diretos e três milhões de ocupações indiretas.
Uma revolução
Uma terceira vertente desenvolvimentista é a do turismo um setor de extraordinário potencial para o Nordeste, com a capacidade de se tornar um dos principais motores da economia regional.
Atualmente, o setor responde por cerca de 7% do PIB nordestino, mas esse percentual pode crescer significativamente, alcançando de 20% a 25% do PIB regional. Para tanto, é fundamental diversificar a oferta turística, explorando a riqueza e a diversidade da região em sua totalidade, para além do tradicional turismo de sol e mar, que atrai visitantes para as belas praias nordestinas, enquanto há um vasto leque de possibilidades a serem exploradas.
O ecoturismo, por exemplo, permite aos turistas vivenciar a exuberância da natureza local, com seus parques nacionais, trilhas ecológicas e observação de aves. O turismo de aventura oferece experiências emocionantes, como esportes radicais, rapel e canoagem, em cenários deslumbrantes.
Já o turismo cultural convida os visitantes a mergulhar na história, na arte e nas tradições do Nordeste, visitando cidades históricas, museus, centros culturais e participando de festas populares. Além disso, há um enorme potencial para o desenvolvimento do turismo de classe A e B na região, um segmento que ainda é pouco explorado.
A ampliação do leque de opções turísticas, aliada à atração de um maior número de visitantes estrangeiros, tem o potencial de impulsionar o crescimento do setor, aumentar o tempo de permanência dos visitantes na região e gerar emprego e renda em diversas áreas da economia, desde a hotelaria e a gastronomia até o artesanato e o transporte.
Uma quarta vertente do modelo, aproveita da expertise já existente e de sucesso na região para catalisar suas experiências e disseminá-las por toda a região através de metodologia própria de trabalho do Instituto Alagoas.
São projetos e ações pulverizadas por todo o território nordestino que, se devidamente incentivados farão pulular outras iniciativas similares com a geração literal de milhões de empregos. E uma importante contribuição à economia regional (ainda não aferida adequadamente nesta etapa de proposituras).
No âmbito das atividades de suporte e apoio, as pesquisas de mercado e de opinião, seriam outra vertente do processo de desenvolvimento ao viabilizar o acesso a informações relevantes de mercado ao empresariado privado que passa a contar com ferramenta regional especializada no Nordeste para suprir suas demandas corporativas estratégicas.
O conjunto de ferramentas postos à disposição pelo Instituto Nordeste oferece ações continuadas para o enfrentamento das mudanças climáticas, um tema até agora pouco relevante por aqui, quando se sabe que o Nordeste está “escalado” para ser uma das regiões mais afetadas. O intuito aqui é dotar a região de projetos relevantes de prevenção e mitigação.
E, por fim, a unidade de eventos estratégicos corporativos e governamentais cuja finalidade é a realização de palestra, seminários, workshop, etc. cuja temática envolva sempre o Nordeste. Muito importante do ponto de vista de servir e atuar como um think tank da Instituto.
É possível não apenas vislumbrar um Nordeste desenvolvido, que consolida sua posição no cenário nacional e ganha relevância internacional onde a inovação se torna um dos principais vetores do seu desenvolvimento e os esforços são direcionados para a redução das desigualdades sociais.
Mas também, um Nordeste que consolida sua posição no cenário nacional e ganha relevância internacional, com um agronegócio modernizado e competitivo, capaz de agregar valor à produção local, um setor de tecnologia dinâmico, que oferece soluções criativas e eficazes para os desafios contemporâneos, um setor de serviços cada vez mais qualificado e competitivo, que atende às demandas do mercado interno e externo.
Diante desse cenário de desafios e oportunidades, o Nordeste se encontra em um momento crucial de sua história. A região apesar de todos os senões, possui todos os ingredientes para trilhar um caminho de desenvolvimento acelerado e sustentável: um povo resiliente e criativo, uma cultura rica e diversificada, recursos naturais abundantes e um setor empresarial que responde de forma adequada quando testado.
Agora, para transformar esse potencial em realidade, é preciso unir forças, romper com a inércia, abraçar a mudança e apostar em soluções inovadoras e eficazes, como as propostas pelo Instituto Nordeste.
Nos colocamos como um parceiro nessa jornada, propondo ações e projetos que visam impulsionar o crescimento econômico, reduzir as desigualdades sociais e construir um futuro de prosperidade para todos os nordestinos.
** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do EXTRA