colunista

Elias Fragoso

Economista, foi prof. da UFAL, Católica/BSB, Cesmac, Araguaia/GYN e Secret. de Finanças, Planej. Urbano/MCZ e Planej. do M. da. Agricultura/DF e, organizador do livro Rasgando a Cortina de Silêncios.

Conteúdo Opinativo

Brasil à deriva: um presidente esvaziado num país à deriva

21/06/2025 - 06:00
A- A+

A humilhante votação na Câmara, 346 a 97, a favor da urgência do IOF é um atestado de óbito da governabilidade de Lula da Silva. Esse resultado não só expôs a inexistência de sua base, mas gritou à nação que o poder reside no balcão de negócios do Congresso. A suposta liderança presidencial implodiu, deixando um vácuo perigoso. O Brasil não apenas estagnou; ele está afundando num pântano político, com Executivo e Legislativo imersos em sua própria lama, ignorando o interesse público.

A responsabilidade primária por essa paralisia criminosa recai sobre o presidente. A farsa de um Lula hábil foi desmascarada; ele é hoje um refém, incapaz de organizar os escombros de sua base. A verdade é que Lula traiu o voto popular, virou as costas para promessas e voltou a delinquir em conluio com o PT e seus asseclas. Eleito pela rejeição a Bolsonaro, Lula agora colhe a tempestade. A perda de poder não é inabilidade; é o medo de ser impichado, um sangramento lento até 2026.

A possibilidade de Lula focar em reformas estruturantes é tão remota quanto sua decência. Seu único plano é a sucessão e o verniz de relevância internacional para sua biografia manchada. O Congresso, por sua vez, é cúmplice ativo nessa desgraça. A manutenção do podre “orçamento secreto” é sua única prioridade. Essa distorção do presidencialismo, com bilhões em recursos públicos desviados sem escrutínio, é uma afronta inaceitável.

A aniquilação da capacidade de Lula em liderar, somada à miopia cínica do Congresso focada em emendas obscuras, cristalizou um modelo de governança bastardo e perverso. O Executivo virou um fantoche, e o Legislativo um covil de interesses paroquiais. Enquanto o governo maquia crises, temas vitais são jogados no lixo: reforma administrativa, tributária, regulação de big techs e combate ao crime organizado apodrecem. O resultado é um vácuo de liderança avassalador, consolidando um modelo político dominado por interesses fisiológicos putrefatos.

Não há saída sem liderança. O que se vê em Brasília é a combinação letal entre o vazio de comando de um Executivo covarde e a sanha desmedida de um Legislativo sem visão.

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do EXTRA


Encontrou algum erro? Entre em contato