colunista

Jorge Moraes

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Conteúdo Opinativo

Um país sem prisão para políticos e ricos

18/11/2019 - 16:01
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Foto: Divulgação
Supremo Tribunal Federal
Supremo Tribunal Federal

A decisão tomada pelo Supremo Tribunal Federal, em discussão quase empatada e votação apertada de seus ministros – 6 a 5 –, decidindo o que já havia decidido anteriormente sobre a prisão após o julgamento em segunda instância, nos leva a crer que esses senhores não sabem o que querem ou agiram pelo interesse pessoal e de gratidão, em nome de um passado que compromete boa parte deles, especialmente o presidente do STF, Dias Toffoli, que foi o principal personagem com o voto de minerva que decidiu pela soltura de muitos condenados presos, entre eles, o ex-presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva.

Podre de rico, Lula teima em dizer que é injustiçado, que não roubou nada, que é perseguição política e do ex-juiz Sérgio Moro, provavelmente a serviço do PSDB, e que não é dono dos patrimônios recebidos pelas benesses de seu governo a outros políticos, empresários e empreiteiros, além dos recursos públicos desviados para contas dos filhos, outros parentes e amigos petistas. Esta semana, o “ex-tudo” da política brasileira, Ciro Gomes (PDT), disse que não quer conversa com o ex-presidente e que, na verdade, ele é um “encantador de cobras” e não quer tê-lo como aliado nas eleições de 2022.

A decisão do STF pode colocar nas ruas quase 5 mil presos. Minha pergunta é: será que os juízes, como fez rapidamente aquele de Curitiba, vão mandar soltar todos eles ou só o Lula e seus amigos? É bom lembrar que não é só gente do Partido dos Trabalhadores que está envolvida com essa “tramoia” toda em que o Brasil foi envolvido. Tem gente do MDB, PSDB, PP e muitas outras siglas, além de gente sem nenhum envolvimento direto com as siglas, a exemplo do juiz Lalau, do médium João de Deus, gente com mandato e sem mandato, e muitos outros que estão podres de rico.

Esse Supremo Tribunal Federal é uma piada. Em um país sério, essa decisão do STF já teria levado o povo, já no dia seguinte as ruas, para cobrar mais respeito e responsabilidade desses ministros, que não sabem o que querem. O assunto é o mesmo, a interpretação da lei deveria ser a mesma em qualquer ocasião, mas eles conseguem ter entendimentos diferentes, para cada vez que discutem o mesmo assunto. É possível que, daqui a três ou quatro anos, até amanhã se eles voltassem a discutir o tema, a decisão seria outra, a prisão em segunda instância, como foi o entendimento da vez anterior.

O que mais me preocupa, neste momento, é o silêncio do povo brasileiro. Não sei o que está sendo armado, mas deve vir coisa grande por aí. E o que seria essa coisa grande? Provavelmente, a invasão das ruas pela onda verde. Não aquela vista no final de semana passado, com meia-dúzia de gatos pingados, em algumas capitais brasileiras. Acho que o movimento nacional anti-Lula vai funcionar em breve. A preocupação é: o outro lado (PT e esquerda) sabe provocar. Certamente que teremos quebra-quebra, brigas, o envolvimento e até vias de fato entre as partes. Isso não é bom para o País. Não queremos uma situação como a do Chile e da Bolívia.

Durante toda esta semana foram divulgados pelas redes sociais vários vídeos detonando o STF e, pessoalmente, seus ministros. Mas, o melhor deles foi um texto que dizia: “Nas nossas vidas temos dias bons, dias ruins e péssimos, dias para esquecer, mas o pior deles, sem dúvida, é ter um Dias Toffoli”. Me solidarizo com quem criou.

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do EXTRA


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