Finalmente, quem derramou o óleo?

Os dias vão passando e nenhuma novidade quanto ao responsável ou responsáveis pelo
derramamento do óleo nas praias e rios do Nordeste brasileiro. Pior: até na Região Sudeste,
mais precisamente no Espírito Santo, especialmente nas cidades turísticas que fazem divisa
com o estado da Bahia, já começaram a aparecer sinais do produto tóxico, em pequena
quantidade, mas que acabam com a tranquilidade de pescadores e turistas da região. Se não
fosse a mídia nacional, que ainda não esqueceu, as autoridades não se posicionam mais e
estão perdidas em suas análises e previsões.
Petrobras, Marinha do Brasil, Polícia Federal e institutos de análises não conseguem apontar,
claramente, o culpado ou culpados. Já atiraram para todos os lados: Venezuela, navio grego,
outras embarcações suspeitas e nenhuma prova definitiva sobre o acidente ambiental
provocado, com quase 5 toneladas de óleo retirados da água e faixa de areia, uma quantidade
enorme de peixes mortos, pessoas que foram prejudicadas em sua saúde e o prejuízo
financeiro causado a comerciantes e ao turismo em seu cotidiano.
Recentemente, o Brasil começou a dar destaque aos estudos feitos pela Universidade Federal
de Alagoas que, praticamente desmente todas as justificativas ou informações repassadas
pelos órgãos responsáveis pelas investigações, já citados no parágrafo anterior. Segundo os
técnicos da Ufal, o navio responsável pelo derramamento do óleo em alto mar, no final de
agosto, passou pela costa nordestina e até agora não foi citado, nem investigado, e não foi
nenhum dos anunciados antes. Para eles, esse é o navio responsável pela tragédia. Até o
fechamento desse artigo, o nome do cargueiro não tinha sido divulgado, mas as investigações
vão continuar.
Sobre esse assunto, durante a semana ouvi de pessoas ligadas ao turismo de Maceió pedindo
para que se faça uma campanha dizendo que a nossa capital não foi atingida com o desastre
ambiental. E por que disso? Na verdade, com a aproximação do final de ano, a rede hoteleira
ainda não tem fechada a sua reserva para as festas natalinas, especialmente o réveillon. Em
anos anteriores, próximo ao final do mês de novembro, já existia uma certa dificuldade para
essas reservas, pela procura acima da expectativa, o que não está ocorrendo agora.
As empresas que lidam com aluguel de casas ou apartamentos – as corretoras de imóveis –
ainda estão com seus lugares disponíveis e bastante preocupadas. Normalmente, quem todo
ano vem para Maceió, não se decidiu ainda, mesmo que se diga que na nossa capital está tudo
uma maravilha. O problema é que as regiões Norte e Sul ainda não estão totalmente livres do
problema das manchas escuras. Por isso, se pede uma campanha por parte dos governos para
atrair os turistas, fundamental para a sobrevivência de muita gente que depende muito do
período de férias e festas. As praias são os principais atrativos.
A Prefeitura Municipal de Maceió está fazendo a sua parte quanto à limpeza da cidade e a
operação asfáltica. Esta semana que está chegando será apresentada a decoração e a
iluminação da praia e outras regiões. Só falta, agora, a campanha para trazer o povo.
** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do EXTRA