Tavares (RT) ignora Tenório (RT)

Esta semana se confirmou o que muita gente já sabia: Raimundo Tavares já estava afastado do Departamento de Futebol do CSA, antes mesmo da confirmação do rebaixamento para a Série B, e saiu brigado com o presidente Rafael Tenório, que, recentemente, concedeu entrevistas dizendo que, para 2020, quem mandaria no futebol do clube seria ele, fez críticas à formação do time para a disputa da Série A, e, com outras palavras, Tavares seria o principal responsável pela decepcionante campanha do clube no Brasileirão.
Por sua vez, Raimundo Tavares usou o site oficial do CSA para divulgar uma nota se despedindo da função no futebol do clube e garante que vai permanecer na presidência do Conselho Deliberativo, eleito que foi para o cargo, mas muita gente garante que o conselho será mais vigilante quanto à gestão do CSA.
Eis, na íntegra, a nota oficial divulgada pelo conselheiro Raimundo Tavares: "Mais um ciclo é encerrado. Há tanto tempo envolvido com o CSA, nunca, em momento algum, um ciclo foi tão intenso. Foram quatro anos de entrega, intensidade, renúncia e muitas conquistas. Atendendo um convite do presidente executivo voltei para o dia-a-dia do clube em duas frentes: presidindo o conselho deliberativo e tocando o futebol ao lado do próprio Presidente e com Fabiano Melo.
A intensidade, a entrega, trouxe resultados. Tivemos uma ascensão meteórica. Resgatamos o orgulho do torcedor. Nestes quatro anos foram três acessos consecutivos, um título brasileiro, inédito na história do clube – campeão brasileiro da Série C – e dois vice-campeonatos – na Série D e na Série B. Além disto recolocamos o Azulão novamente na elite do futebol brasileiro, 32 anos depois. Não menos importante ainda recuperamos a hegemonia do futebol alagoano. Eram nove anos sem o torcedor azulino soltar o grito de campeão. Fomos bi-campeões.
Escrito em um parágrafo parece pouco. Também parece que foi rápido. Mas o ciclo, a entrega, a intensidade cobram um preço e chegou a hora de pagar este preço. É hora de parar, diminuir a intensidade, ofertar tempo à família, voltar atenção a negócios e a vida pessoal. Não estou ‘pulando do barco’, não estou renunciando, não estou deixando o processo após a série A, até porque quem assim pensar, definitivamente não me conhece. O momento hoje é de um clube com calendário, com receita, com visibilidade. Este cenário é absolutamente diferente do que encontramos pois, tentar calendário era um tiro no escuro, diante da desafiadora Série D com mais de 60 equipes, com pelo menos três fases eliminatórias.
Minha saída do futebol está relacionada a uma ideia natural de oxigenação no departamento de futebol. É preciso trazer – e, oportunizar – a outras pessoas o mesmo que vivi. Isso, o mesmo que vivi, porque o CSA continuará forte e respeitado como sempre foi ocupando a condição do ‘Maior de Alagoas’. Permanecerei na função para a qual fui eleito: presidente do conselho deliberativo. Colaborando e enfrentando desafios.
Este último momento é hora de agradecer, primeiramente a Deus por iluminar cada dia deste período vivido com intensidade. Agradecer a confiança e a convocação feita. Agradecer também a Fabiano Melo, que dividiu comigo cada dia desta missão; ao Hugo Leahy, pela convivência no cotidiano; aos conselheiros e diretores; agradecer técnicos, jogadores, torcedores, familiares e a imprensa. Novas batalhas estão por vir e seguiremos firmes na luta pelo nosso Azulão".
Como se vê, e você leu, nenhum registro ao nome do presidente Rafael Tenório.
A briga foi feia.
** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do EXTRA