EM NOVEMBRO
Braskem anuncia retorno das atividades na fábrica do Pontal da Barra
Empresa diz que matéria-prima usada na produção será importada
A Braskem Indústrias Químicas vai retornar as atividades na fábrica de cloro-soda no Pontal da Barra, em Maceió, no final de novembro. A comunicação oficial da empresa foi feita pelo diretor-industrial de Vinílicos em Alagoas, Hélcio Colodete, em reunião na Federação das Indústrias do Estado de Alagoas (FIEA) na última quinta-feira, dia 5. A empresa interrompeu as operação de extração do sal-gema no estado em maio de 2019, quando foi divulgado relatório do Serviço Geológico do Brasil (CPRM), que apontou a operação da Braskem como causa de rachaduras em bairros de Maceió.
Com a mais recente atualização da área considerada de risco na capital alagoana, subiu para mais de 9 mil o número de imóveis que terão de ser desocupados nos bairros de Bebedouro, Pinheiro, Mutange e Bom Parto, onde a Braskem operava com minas de extração do sal-gema.
O diretor da empresa esclareceu que o retorno das atividades na fábrica ocorrerá com uso de matéria-prima importada. Segundo Colodete, dois navios descarregaram o material usado na produção e um terceiro estaria a caminho. "A extração de sal-gema em Maceió está totalmente suspensa", garantiu.
A Braskem anunciou o montante de R$ 8,3 bilhões, já reservado segundo a petroquímica, para reparar danos, indenizar famílias desalojadas e fechar definitivamente as minas. Além disso assegurou que não haverá mais gastos ou futuras ampliações da área que deve ser desocupada. Mas as últimas movimentações indicam que o desenho final do mapa com as áreas afetadas não está finalizado.
No último dia 22 de outubro, representantes da Defesa Civil de Maceió e da Capitania dos Portos de Alagoas discutiram a segurança aquaviária na Lagoa Mundaú devido à instabilidade de solo que afeta a região, em decorrência da desestabilização das minas de exploração de sal-gema.
A adoção de medidas para garantir a segurança dos que navegam na área afetada pelo problema geológico foi anunciada como necessária pela Defesa civil de Maceió, uma vez que o problema persiste e está em evolução, além de "que dados de monitoramento e estudos apresentados pela empresa Braskem trazem um panorama futuro de possível colapso de mina caso nenhuma medida para estabilização do solo seja adotada", segundo anúncio da própria Defesa Civil.
A petroquímica tem mantido sigilo sobre o método que está sendo aplicado para fechamento das minas de sal-gema na cidade.