ECONOMIA

Consumo das famílias de Maceió melhora com proximidade do final do ano

Novembro demonstra redução significativa no ritmo da queda no consumo em relação ao mês anterior
Por Fecomércio AL 03/12/2024 - 15:39
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Fecomércio-AL
Indicador registrou -0,4%, em novembro, demonstrando uma redução significativa no ritmo da queda
Indicador registrou -0,4%, em novembro, demonstrando uma redução significativa no ritmo da queda

A proximidade do final do ano trouxe um alívio moderado na queda do Índice de Consumo das Famílias (ICF), em Maceió. Segundo levantamento do Instituto Fecomércio AL, em parceria com a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), o indicador registrou retração de -0,4% na variação mensal, em novembro, demonstrando uma redução significativa no ritmo da queda quando comparado aos -1,4% de outubro. Apesar da melhora, o momento ainda é de cautela, influenciado pela insegurança no emprego e a pressão do custo de vida sobre a renda familiar.

Para chegar à mensuração do ICF, são observados sete pontos que vão da percepção com o emprego atual à intenção de consumo; os chamados subindicadores. Em novembro, impulsionados pelo pagamento do 13º salário e pelas contratações temporárias, os subindicadores de emprego atual (1%), de acesso ao crédito (1,8%) e de consumo atual (0,4%) apresentaram melhoras.

Crescimento também, embora tímido, do subindicador de momentos para duráveis (0,6%). “Apesar de ser um desempenho positivo, houve uma redução neste crescimento quando comparado aos 2,4% de outubro. Provavelmente um reflexo dos juros mais altos, já que os bens duráveis têm a venda dependente de crédito”, avalia o assessor econômico do Instituto Fecomércio, Francisco Rosário.

Os subindicadores que tiveram desempenho negativo foram renda atual (-1,9%), perspectiva profissional (-2,1%) e perspectiva de consumo (-1,2%). “São pontos de preocupação para 2025, pois continuam em queda, refletindo o desânimo do consumidor maceioense em relação ao futuro econômico. Esses fatores indicam que, mesmo com a proximidade das festas de fim de ano, o ‘espírito natalino’ ainda não impulsionou significativamente o consumo”, reflete.

Impacto por faixa de renda

Quando se observa a faixa de renda, famílias com rendimentos acima de 10 salários mínimos (10 SM) têm demonstrado maior confiança e aumento na intenção de consumo (1,4%), enquanto famílias de menor renda (até 10 SM) sentem os reflexos do de endividamento e inadimplência e buscam controlar as despesas, o que fez com que o consumo recuasse -0,6%, em novembro.

Numa aparente contramão, as famílias com orçamento acima de 10 SM estão menos propensas às compras a prazo, ao passo que as famílias com ganhos até 10 SM estão parcelando as compras, fato que manteve o indicador com resultado positivo (1,8%) na comparação mensal. “A explicação provável é que o uso do crédito pelas famílias de menor renda, a despeito do alto custo desse expediente, seja para complementar o consumo regular das famílias, haja vista a contínua carestia na cidade de Maceió”, observa o economista.

Percepção no emprego e oportunidades

A análise da percepção sobre o emprego também revelou dinâmicas distintas. Entre as famílias de maior renda, a estabilidade no mercado de trabalho pós-eleições contribuiu para uma melhora significativa na confiança em novembro (4,1%). Já entre os consumidores de menor renda, o impacto das vagas temporárias foi tímido, com um aumento de apenas 0,8% na percepção de emprego atual, mesmo ante a perspectiva de contratação em janeiro. No geral, houve um crescimento de 1% na percepção. Apesar de não ser um percentual alto, é um marcador importante, já que, em outubro, o subindicador teve queda de -1,6%.

Mesmo em um cenário de retração, o economista acredita que o momento pode ser de oportunidade para o setor varejista com o incremento de estratégias para fomentar as vendas de fim de ano. “O empresário pode realizar promoções agressivas em itens essenciais e firmar parcerias com empresas locais oferecendo descontos exclusivos a funcionários públicos e trabalhadores de empresas parceiras, aproveitando a leve estabilidade percebida no emprego, são algumas possibilidades”, exemplifica Rosário. Outra alternativa que funciona bem são campanhas de marketing focadas na experiência de compra, como eventos temáticos e sorteios, como já estão ocorrendo nos shoppings da cidade, podendo tornar a experiência de compra mais atraente, ao mesmo tempo em que incentiva o aumento do consumo.


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