BAIRROS AFUNDANDO
CPI da Braskem ouve nesta terça-feira professores da UFAL e especialista
Comissão tem como objetivo investigar responsabilidades da empresa no afundamento do solo em MaceióNesta terça-feira, 5, a CPI da Braskem realiza audiências com três depoentes. Entre eles está Abel Galindo Marques, engenheiro civil e professor aposentado da Universidade Federal de Alagoas (Ufal), conhecido por seus alertas sobre possíveis desabamentos nas minas da Braskem em Maceió.
Também será ouvido o ativista José Geraldo Marques, doutor em ecologia e vítima da evacuação dos bairros afetados pela mineração da Braskem. Além disso, a engenheira Natallya de Almeida Levino, coordenadora de pesquisa sobre a subsidência em Maceió, prestará depoimento.
Na quarta-feira, 6, a CPI continua suas audiências com o diretor-geral da ANM, Mauro Henrique Moreira Sousa, e o geólogo Thales Sampaio, cujos depoimentos foram solicitados pelo senador Rodrigo Cunha, visando contribuir com as investigações da comissão.
Além de técnicos, a CPI também aprovou, na semana passada, a convocação do diretor-presidente da Braskem, Roberto Bischoff. Os senadores também querem ouvir representantes de outras empresas e entidades ligadas à minerados, do governo local e de órgãos públicos.
A CPI, presidida pelo senador Omar Aziz e instaurada a partir de requerimento de Renan Calheiros, tem como objetivo investigar os impactos jurídicos e socioambientais da Braskem no afundamento do solo em Maceió. Com prazo até 22 de maio e orçamento limitado a R$ 120 mil, a comissão é composta por 11 membros titulares e 7 suplentes.
Justiça e transparência
Presidente da comissão, o senador Omar Aziz (PSD-AM) afirmou, no X (antigo Twitter), que a comissão está focada em “garantir justiça e transparência” nas investigações para cumprir com suas responsabilidades legislativas.
Estamos focados em garantir justiça e transparência em nossas investigações, além de cumprir nossas responsabilidades legislativas com dedicação e comprometimento.
Tremores em Maceió
O primeiro tremor na cidade foi registrado em 2018. Desde então, moradores das áreas de maior risco foram recomendados a deixar suas casas nos bairros do Pinheiro, Farol, Bebedouro, Bom Parto e Mutange.
Em julho de 2023, a Braskem fechou acordo com o município de Maceió no valor de R$ 1,7 bilhão em indenização pelos danos e realocação da população. O acordo, entretanto, foi assinado antes do registro dos novos abalos na cidade.