SENADO FEDERAL

CPI da Braskem ouve diretor da ANM e geólogo nesta quarta

Comissão investiga os danos causados por empreendimentos da mineradora Braskem
Por Bruno Fernandes 06/03/2024 - 08:12
Atualização: 06/03/2024 - 11:17

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A comissão parlamentar de inquérito (CPI) que investiga danos ambientais e urbanos em Maceió causados por empreendimentos da mineradora Braskem colhe nesta quarta-feira, 6, o depoimento de Mauro Henrique Moreira Sousa, diretor-geral da Agência Nacional de Mineração (ANM). A convocação foi proposta pelo senador Rodrigo Cunha (Podemos-AL).

A CPI também colhe o depoimento de Thales Sampaio, geólogo e servidor aposentado da Companhia de Pesquisa de Recursos Minerais (CPRM) — uma empresa vinculada ao Ministério de Minas e Energia. Segundo Rodrigo Cunha, que propôs a convocação do geólogo, Sampaio foi o primeiro a ligar os eventos em Maceió à Braskem.

"Ele fez um laudo técnico, passou vários meses morando em Maceió, reuniu tecnologia do mundo inteiro e teve a responsabilidade de colocar no papel o que estava acontecendo", explicou o senador na reunião da CPI que aprovou o requerimento de convocação.

Esta é a segunda oitiva da CPI. Na terça-feira, 5, os senadores ouviram Abel Galindo Marques, engenheiro civil e professor aposentado da Universidade Federal de Alagoas (Ufal), conhecido por seus alertas sobre possíveis desabamentos nas minas da Braskem em Maceió.

Os senadores também ouviram José Geraldo Marques, doutor em ecologia e vítima da evacuação dos bairros afetados pela mineração da Braskem e a engenheira Natallya de Almeida Levino, coordenadora de pesquisa sobre a subsidência em Maceió, prestou depoimento.

A CPI, presidida pelo senador Omar Aziz e instaurada a partir de requerimento de Renan Calheiros, tem como objetivo investigar os impactos jurídicos e socioambientais da Braskem no afundamento do solo em Maceió. Com prazo até 22 de maio e orçamento limitado a R$ 120 mil, a comissão é composta por 11 membros titulares e 7 suplentes.

Tremores em Maceió

O primeiro tremor na cidade foi registrado em 2018. Desde então, moradores das áreas de maior risco foram recomendados a deixar suas casas nos bairros do Pinheiro, Farol, Bebedouro, Bom Parto e Mutange.

Em julho de 2023, a Braskem fechou acordo com o município de Maceió no valor de R$ 1,7 bilhão em indenização pelos danos e realocação da população. O acordo, entretanto, foi assinado antes do registro dos novos abalos na cidade.


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