CPI NO SENADO

Maceió: Braskem explorou sal-gema equivalente a 700 mil caminhões de areia

Revelação foi feita pelo geólogo Thales Sampaio durante depoimento
Por Bruno Fernandes 06/03/2024 - 11:44

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A Braskem explorou uma quantidade de sal-gema equivalente a 700 mil caminhões de areia no sub-solo de Maceió. A afirmação foi feita nesta quarta-feira, 6, pelo geólogo e servidor aposentado da Companhia de Pesquisa de Recursos Minerais (CPRM) Thales Sampaio.

O especialista liderou o estudo que revelou, em 2019, que a empresa é a responsável pelo afundamento nos bairros do Pinheiro, Mutange, Bebedouro, Bom Parto e Farol, na capital Alagoana.

Conforme o geólogo, a Braskem não obedeceu a largura e nem a distância entre as cavidades exploradas, como, segundo ele, ficou comprovado em estudos desenvolvidos posteriormente. “A Braskem sabia perfeitamente que essas cavidades estavam se juntando”.

“700 mil caminhões de areia, o equivalente a três estádios do Maracanã [...] Pela quantidade de vazios que existem no subsolo de Maceió, a quantidade de areia é absurda para preencher e a operação de engenharia é mais absurda ainda”

CPI da Braskem

A comissão parlamentar de inquérito (CPI) que investiga danos ambientais e urbanos em Maceió causados por empreendimentos da mineradora Braskem ouve, nesta quarta-feira, 6, além de Thales Sampaio, Mauro Henrique Moreira Sousa, diretor-geral da Agência Nacional de Mineração (ANM).

Tremores em Maceió

O primeiro tremor na cidade foi registrado em 2018. Desde então, moradores das áreas de maior risco foram recomendados a deixar suas casas nos bairros do Pinheiro, Farol, Bebedouro, Bom Parto e Mutange.

Em julho de 2023, a Braskem fechou acordo com o município de Maceió no valor de R$ 1,7 bilhão em indenização pelos danos e realocação da população. O acordo, entretanto, foi assinado antes do registro dos novos abalos na cidade.


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