O coordenador da Defesa Civil de Maceió, Abelardo Pedro Nobre Júnior, estimou aproximadamente dois mil microssismos ocorridos na região da Mina 18, da Braskem, que se rompeu ao final do ano passado, no bairro do Mutange, em Maceió.

Abelardo revelou a quantidade durante depoimento à CPI da Braskem nesta quarta-feira, 13. Segundo ele, os primeiros avisos foram notados alguns dias antes do rompimento.

Os nossos equipamentos na área chegaram a detectar aproximadamente dois mil microssismos por dia

O afundamento do solo acontece em área onde houve extração de sal-gema, cloreto de sódio usado para produzir soda cáustica e PVC. A exploração de sal-gema na área começou na década de 1970 e foi encerrada em 2019 — no total, são 35 minas.

O rompimento da mina citada pelo coordenador ocorreu às 13h15 do dia 10 de dezembro de 2023 e foi percebido em um trecho da lagoa Mundaú, segundo imagens divulgadas pelas autoridades. Com o rompimento, a água da lagoa entrou na cavidade.

A empresa encerrou a extração em 2019 e começou a fechar as minas. Porém, ainda há minas que não foram preenchidas. Em nota, a empresa diz que toma "todas as medidas necessárias para mitigar, compensar ou reparar impactos" nos bairros sob risco.