SAL-GEMA

IMA acusa Braskem de falsificar informações para continuar exploração em AL

Documentos confrontam os relatórios da Braskem com dados do Serviço Geológico do Brasil
Por Redação 15/03/2024 - 13:57
Atualização: 15/03/2024 - 14:40

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Afrânio Bastos
Sede da Braskem, localizada no bairro do Pontal da Barra, em Maceió
Sede da Braskem, localizada no bairro do Pontal da Barra, em Maceió

O Instituto do Meio Ambiente (IMA) enviou à CPI da Braskem documentos que acusam a empresa de falsificar relatórios para obter licenças ambientais e continuar a exploração de sal-gema, apesar do risco de afundamento do solo. A revelação foi feita pelo jornalista Odilon Rios.

Segundo o IMA, os documentos confrontam os relatórios da Braskem com dados do Serviço Geológico do Brasil, indicando omissões e falsidades. Isso levanta preocupações sobre a segurança das operações da empresa.

O senador Rodrigo Cunha (Podemos), membro da CPI, mencionou a possibilidade de prisão dos diretores da empresa com base nessas informações.

A suspensão da Licença de Operação número 157/2016 pelo IMA evidencia as preocupações com a segurança da comunidade, especialmente após o abalo sísmico de março de 2018, que foi precedido por fortes chuvas na região.

A Braskem ainda não se pronunciou sobre as acusações, mas sua direção será convocada para prestar esclarecimentos à comissão que investiga o afundamento do solo em Maceió.

Em nota encaminhada ao EXTRA, a empresa afirmou que "cumpriu todas as exigências requeridas pelos órgãos públicos para a obtenção de licenças" e que "o uso de dados falsos para qualquer finalidade não faz parte da conduta da companhia".

Próximas oitivas

A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Braskem aprovou nesta quarta-feira, 13, a convocação de representantes de órgãos públicos, além de um engenheiro e ex-gerente da petroquímica, para prestar esclarecimentos sobre as responsabilidades pelo afundamento do solo em Maceió em consequência das atividades da petroquímica na capital alagoana.

Deverão depor à CPI os seguintes nomes:

— Roberta Lima Barbosa Bonfim, procuradora da República em Alagoas

— Diego Bruno Martins Alves, defensor público da União em Alagoas

— Tenente-coronel Moisés Pereira de Melo, coordenador estadual de Defesa Civil de Alagoas

— Paulo Roberto Cabral de Melo, engenheiro e ex-gerente geral da Planta de Mineração da Salgema Mineração Ltda (antigo nome da Braskem).

Também foram aprovadas a convocação de moradores de bairros afetados em Maceió, sugerida pelo senador Rodrigo Cunha (Podemos-AL). Serão chamados Geraldo Vasconcelos, coordenador do Movimento SOS Pinheiro, e José Fernando Lima Silva, presidente da Associação dos Moradores do Bom Parto.

CPI da Braskem

A comissão parlamentar de inquérito (CPI) que investiga danos ambientais e urbanos em Maceió causados por empreendimentos da mineradora Braskem ouve, nesta quarta-feira, 6, além de Thales Sampaio, Mauro Henrique Moreira Sousa, diretor-geral da Agência Nacional de Mineração (ANM).

Tremores em Maceió

O primeiro tremor na cidade foi registrado em 2018. Desde então, moradores das áreas de maior risco foram recomendados a deixar suas casas nos bairros do Pinheiro, Farol, Bebedouro, Bom Parto e Mutange.

Em julho de 2023, a Braskem fechou acordo com o município de Maceió no valor de R$ 1,7 bilhão em indenização pelos danos e realocação da população. O acordo, entretanto, foi assinado antes do registro dos novos abalos na cidade.


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