SAL-GEMA
IMA acusa Braskem de falsificar informações para continuar exploração em AL
Documentos confrontam os relatórios da Braskem com dados do Serviço Geológico do BrasilO Instituto do Meio Ambiente (IMA) enviou à CPI da Braskem documentos que acusam a empresa de falsificar relatórios para obter licenças ambientais e continuar a exploração de sal-gema, apesar do risco de afundamento do solo. A revelação foi feita pelo jornalista Odilon Rios.
Segundo o IMA, os documentos confrontam os relatórios da Braskem com dados do Serviço Geológico do Brasil, indicando omissões e falsidades. Isso levanta preocupações sobre a segurança das operações da empresa.
O senador Rodrigo Cunha (Podemos), membro da CPI, mencionou a possibilidade de prisão dos diretores da empresa com base nessas informações.
A suspensão da Licença de Operação número 157/2016 pelo IMA evidencia as preocupações com a segurança da comunidade, especialmente após o abalo sísmico de março de 2018, que foi precedido por fortes chuvas na região.
A Braskem ainda não se pronunciou sobre as acusações, mas sua direção será convocada para prestar esclarecimentos à comissão que investiga o afundamento do solo em Maceió.
Em nota encaminhada ao EXTRA, a empresa afirmou que "cumpriu todas as exigências requeridas pelos órgãos públicos para a obtenção de licenças" e que "o uso de dados falsos para qualquer finalidade não faz parte da conduta da companhia".
Próximas oitivas
A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Braskem aprovou nesta quarta-feira, 13, a convocação de representantes de órgãos públicos, além de um engenheiro e ex-gerente da petroquímica, para prestar esclarecimentos sobre as responsabilidades pelo afundamento do solo em Maceió em consequência das atividades da petroquímica na capital alagoana.
Deverão depor à CPI os seguintes nomes:
— Roberta Lima Barbosa Bonfim, procuradora da República em Alagoas
— Diego Bruno Martins Alves, defensor público da União em Alagoas
— Tenente-coronel Moisés Pereira de Melo, coordenador estadual de Defesa Civil de Alagoas
— Paulo Roberto Cabral de Melo, engenheiro e ex-gerente geral da Planta de Mineração da Salgema Mineração Ltda (antigo nome da Braskem).
Também foram aprovadas a convocação de moradores de bairros afetados em Maceió, sugerida pelo senador Rodrigo Cunha (Podemos-AL). Serão chamados Geraldo Vasconcelos, coordenador do Movimento SOS Pinheiro, e José Fernando Lima Silva, presidente da Associação dos Moradores do Bom Parto.
CPI da Braskem
A comissão parlamentar de inquérito (CPI) que investiga danos ambientais e urbanos em Maceió causados por empreendimentos da mineradora Braskem ouve, nesta quarta-feira, 6, além de Thales Sampaio, Mauro Henrique Moreira Sousa, diretor-geral da Agência Nacional de Mineração (ANM).
Tremores em Maceió
O primeiro tremor na cidade foi registrado em 2018. Desde então, moradores das áreas de maior risco foram recomendados a deixar suas casas nos bairros do Pinheiro, Farol, Bebedouro, Bom Parto e Mutange.
Em julho de 2023, a Braskem fechou acordo com o município de Maceió no valor de R$ 1,7 bilhão em indenização pelos danos e realocação da população. O acordo, entretanto, foi assinado antes do registro dos novos abalos na cidade.